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Um verdadeiro apagão nas carreiras dos enfermeiros de Vila Franca de Xira

O descontentamento dos enfermeiros do Hospital Vila Franca de Xira é evidente. 93% dos trabalhadores aderiram à greve de hoje, convocada pelo SEP/CGTP, em luta pela contabilização dos pontos perdidos durante a PPP.

Hospital de Vila Franca de Xira 
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

«Com a vontade do governo em avançar com as Parcerias Público-Privadas (PPP), é urgente os enfermeiros lutarem pelas suas conquistas e direitos», afirma o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), em comunicado enviado ao AbrilAbril. Em causa está a decisão, anunciada pelo Governo PSD/CDS-PP, de avançar o mais cedo possível para a criação de PPPs nos hospitais de Braga, Amadora-Sintra, Vila Franca de Xira, Loures e Garcia de Orta.

Ao longo de um período de 10 anos, enfermeiros e outros profissionais de Saúde foram privados de muitos dos direitos que tinham conquistado no SNS, «tais como as 35 horas semanais, o pagamento de trabalho extraordinário, o pagamento das horas de qualidade e o direito à progressão, que, depois de muita luta, estão novamente ameaçados». A adesão de 93% na greve de hoje, 29 de Abril, 102 dos 127 enfermeiros escalados, confirma a oposição destes profissionais ao modelo de gestão privada.

Uma das principais reivindicações destes trabalhadores prende-se, precisamente, com a recusa do Hospital de Vila Franca de Xira em contabilizar os pontos (para efeitos de progressão na carreira) acumulados durante a década de gestão da PPP. Neste momento, os enfermeiros desta instituição são os únicos no País que se encontram nesta situação: 10 anos trabalhados na mesma instituição que, para todos os efeitos, não existem.

Até ao momento, a administração do Hospital de Vila Franca de Xira tem-se recusado a reunir com os trabalhadores e com o SEP. «Nem na sequência da marcação da greve houve uma tentativa do conselho de administração de prevenir» a acção de luta, criticou Marco Aniceto, dirigente do SEP, em declarações prestadas à Agência Lusa.

Para além do combate pela contabilização de todos os pontos para efeitos de progressão na carreira, «independentemente do mês de entrada», estes trabalhadores exigem «a contratação de mais enfermeiros, a aplicação da semana de 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros» e 1 dia de férias por decénio. 

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