Estudantes mostram enorme repúdio pelas reformas do PP em Espanha

Milhares de estudantes do Ensino Básico e Secundário manifestaram-se ontem, por todo o Estado espanhol, contra a introdução de novos exames e pela eliminação da reforma educativa aprovada pelo governo do PP na anterior legislatura.

Milhares de estudantes do Ensino Secundário manifestaram-se, ontem, contra a LOMCE e o novo sistema de avaliação. Aspecto da mobilização em Ponferrada (Castela e Leão)
CréditosAna F Barredo / EPA

A primeira grande greve estudantil deste ano lectivo em Espanha teve uma adesão de 90%, de acordo com os dados avançados pelo Sindicato de Estudantes. Por seu lado, o Ministério da Educação espanhol referiu que o apoio à greve se situou entre os 30% e os 40%. O protesto contava ainda com o apoio da federação de pais CEAPA e de vários sindicatos, também de docentes, que convocaram para o dia de ontem greve nalgumas comunidades autónomas.

A jornada de luta contra a reforma educativa do PP e os novos exames – «reválidas» – a realizar no final de cada ciclo do ensino obrigatório foi classificada como «histórica», como um «enorme êxito» pelo Sindicato de Estudantes, tendo em conta não só a adesão à greve, mas também o facto de mais de mais de 200 mil pessoas se terem manifestado em todo o Estado.

As maiores manifestações ocorreram em Madrid (onde participaram 60 mil pessoas) e Barcelona (50 mil), segundo o Sindicato de Estudantes. Também no País Basco, na Galiza, na Andaluzia, em Valência houve fortes mobilizações. A Polícia refere um nível de participação mais baixo.

Os exames que os estudantes contestam integram a chamada Lei Wert ou LOMCE (Lei Orgânica para a Melhoria da Qualidade Educativa), uma reforma educativa que o anterior ministro da Educação, José Ignacio Wert, promoveu e que é alvo de forte oposição.

Os estudantes exigiram a imediata eliminação destes novos exames, que, em seu entender, visam apenas prejudicar os alunos com mais dificuldades económicas, criando mais barreiras no seu acesso à educação, privando-os desde cedo da hipótese de cursarem estudos superiores, «para perpetuar um modelo de precariedade, exploração e desigualdade».

Do mesmo modo, os estudantes exigem a imediata derrogação da reforma educativa no seu todo, a reversão dos cortes aplicados pelo PP no sector, bem como o «aumento drástico das verbas para o Ensino público», entre outras medidas.

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui