«A greve superou as nossas melhores expetativas. Ainda não temos números finais, mas em termos nacionais a adesão estará bastante acima dos 80%. Há uma paralisação praticamente total na generalidade dos hospitais», afirmou ontem de manhã à imprensa o presidente do sindicato, Almerindo Rego.
Os técnicos de diagnóstico e terapêutica iniciaram ontem uma greve por tempo indeterminado, contra a desactualização da carreira e pelo impasse das negociações com o Ministério da Saúde.
Estes profissionais são actualmente «o único grupo de licenciados do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que não têm uma carreira compatível com o seu nível de qualificação», e, segundo afirmam, o Ministério da Saúde quer recomeçar do início um processo de revisão de carreira que começou em 2014.
«Mais de 55% dos profissionais não têm qualquer carreira ou instrumento de regulação coletiva do trabalho»
Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica
A área de trabalho abrange 22 profissões, três delas por regulamentar, em áreas como análises clínicas, radiologia, fisioterapia, farmácia ou cardiopneumologia, num total de cerca de dez mil profissionais.
A direção nacional do sindicato considera que a situação dos profissionais assume «contornos de ruptura», verificando-se que «mais de 55% dos profissionais não têm qualquer carreira ou instrumento de regulação coletiva do trabalho».
A concentração junto ao Ministério da Saúde decorreu durante a tarde de ontem, com os profissionais a empunhar cartazes a pedir «justiça na saúde já» ou «carreira digna, sim».
A deputada do PCP, Carla Cruz, juntou-se aos profissionais em protesto, manifestando a solidariedade do partido com uma causa que considera «justa e que se prolonga há vários anos».
Durante o protesto, elementos da estrutura sindical foram chamados por um representante ministerial, que lhes comunicou que o ministro da Saúde iria agendar uma reunião para 30 de Novembro.
Perante a notícia, os sindicalistas decidiram não suspender a greve, insistindo que exigem o processo de revisão de carreira finalizado e o diploma publicado. O dirigente sindical recorda que os profissionais têm a carreira desactualizada há quase 17 anos e estão cansados de aguardar um processo que nunca teve conclusão.
Com Lusa
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