Utentes da Margem Sul exigem resolução de problemas dos TST

A Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul convocou uma acção de protesto em Almada, com uma concentração no próximo dia 23 de Novembro, pelas 17h, junto à sede dos TST. Exige um serviço público de qualidade e o direito à mobilidade, o que não corresponde aos serviços prestados por esta empresa.

O protesto é convocado depois de reuniões da Comissão com as populações, apurando as suas principais reivindicações
Créditos / Agência LUSA

O objectivo deste protesto é exigir qualidade, regularidade e segurança nas carreiras dos Transportes Sul do Tejo (TST). Luísa Ramos, da Comissão de Utentes, em declarações ao AbrilAbril, afirma que a questão da mobilidade das populações é um direito inerente à qualidade de vida. Na sua opinião, há condições para cumprir este pressuposto quando os serviços de transportes estão sob alçada do Estado, e dá-nos o exemplo da degradação dos serviços desde a privatização das empresas públicas de transportes, nos anos 80.

Segundo a utente, a situação explica-se pela lógica das empresas privadas de obtenção do lucro para os accionistas, em detrimento da prestação de um serviço público que garanta as necessidades e uma cobertura de qualidade. Os TST são exemplo disso, com consequências para os utentes de Almada: corte de carreiras, degradação da qualidade, alterações de horários, situação que também se sente por toda a Península de Setúbal.

«Segundo a utente, a situação explica-se pela lógica das empresas privadas de obtenção do lucro para os accionistas, em detrimento da prestação de um serviço público que garanta as necessidades e uma cobertura de qualidade»

Luísa Ramos avança na explicação do panorama: uma frota envelhecida, insegura, sem condições de higiene. Revela-nos ainda conhecer o facto de as carreiras serem adquiridas em segunda ou terceira mão na Alemanha, pelo seu grupo maioritário, Arriva, que neste país curiosamente é uma empresa pública.

A Comissão de Utentes tem também acompanhado e apoiado a luta dos trabalhadores dos TST, afirmando que «a qualidade dos seus direitos reflecte-se no serviço público». Tem conhecimento de que diariamente dezenas de trabalhadores se apresentam no Centro Operacional do Laranjeiro e não têm serviço, encontrando-se muitas carreiras em situação de empanamento. Assim, com facilidade os horários vão mudando. Aos fins-de-semana, a situação da falta de carreiras agrava-se.

«Apesar de os TST estarem incluídos no passe social intermodal, os preços dos bilhetes são "exorbitantes"»

Os preços elevados são outro dos problemas apontados. Apesar de os TST estarem incluídos no passe social intermodal, os preços dos bilhetes são «exorbitantes». O problema acresce ao facto de tanto a Fertagus como a Metro Transportes do Sul, alternativas para os utentes da Margem Sul, estarem fora deste sistema. A Comissão lamenta que tenha sido chumbado o Projecto de Lei do PCP que propunha o alargamento do passe social intermodal a toda a Área Metropolitana de Lisboa.

A representante da estrutura afirma que já foram apresentadas várias moções nas reuniões da Assembleia Municipal de Almada, expondo estas preocupações dos utentes, que foram aprovadas.

O protesto é convocado depois de reuniões da Comissão com as populações, apurando as suas principais reivindicações. No dia 15 de Outubro, os utentes do Montijo já haviam realizado uma concentração contra a degradação dos serviços dos TST.

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