A jornada de luta da sexta-feira passada foi convocada por um amplo leque de centrais sindicais, movimentos sociais, populares e estudantis, visando denunciar as reformas laborais, da previdência, do Ensino Médio, assim como a PEC 55, actualmente em fase de tramitação no Senado e que congela, por duas décadas, o investimento público em áreas como a Saúde e a Educação.
Prevê-se que a PEC seja votada no Senado na próxima terça-feira, dia 29. O Brasil de Fato informa que o movimento unitário está a preparar, para o dia da votação, o «Ocupa Brasília», acção com a qual pretende levar caravanas de todas as regiões do Brasil até à capital federal.
Em defesa da classe trabalhadora
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) dá conta de um amplo e variado conjunto de mobilizações unitárias em diversos estados do país, no âmbito do Dia Nacional de Luta.
Em São Paulo, as centrais sindicais e os movimentos sociais organizaram um acto político em frente à Superintendência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no viaduto Santa Ifigénia. Por seu lado, os trabalhadores do Metro distribuíram uma carta aberta nas carruagens. Na Grande São Paulo, registaram-se ainda mobilizações e plenários em várias empresas.
Em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) houve interrupção da circulação dos comboios, piquetes de greve e bloqueios nas avenidas. Também ocorreram mobilizações frente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e à Pontifícia Universidade Católica (PUCRS). À tarde, as centrais sindicais, movimentos de mulheres e estudantes organizam um acto público na Esquina Democrática e um desfile até ao Largo Zumbi dos Palmares. De acordo com o Portal Vermelho, umas 15 mil pessoas juntaram-se no protesto contra as medidas de austeridade do governador Ivo Sartori (PMDB) e do Governo Temer.
Contra a PEC 55, as reformas laborais, da previdência e do ensino, e em defesa dos direitos, houve concentrações e manifestações em vários pontos do território brasileiro, segundo refere a CTB, nomeadamente em Belo Horizonte (Minas Gerais) e Fortaleza (Ceará), onde cerca de 5000 pessoas disseram «não» à «PEC do fim do mundo».
Na Bahia, a CTB dá conta de protestos em Salvador e em Juazeiro. Na capital, estudantes, funcionários públicos e representantes das centrais sindicais reuniram-se na reitoria da Universidade Federal da Bahia, de onde partiram em desfile. Por seu lado, membros do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro Bahia) mobilizaram-se frente à sede da Petrobras no bairro do Itaigara.
Em Aracaju (Sergipe), sindicatos e trabalhadores reuniram-se das 6h às 8h30 frente ao Tecarmo, unidade da Petrobras – uma iniciativa que contou com a participação de cerca de 300 pessoas. Em Natal (Rio Grande do Norte), sindicalistas reuniram-se frente ao Midway Mall e um grupo de manifestantes ocupou a sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern). O trânsito foi cortado nas avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho.
Em Vitória, capital do estado de Espírito Santo, as centrais sindicais levaram a cabo um protesto, frente à sede da Secretaria Estadual de Educação, contra o Governo de Michel Temer, a PEC 55 e as demais reformas danosas para os trabalhadores e o povo brasileiro. Com o mesmo propósito, em defesa dos direitos, cerca de 400 manifestantes ocuparam o Largo de São Pedro, no centro histórico de São Luís (Maranhão). Já em Manaus (Amazonas), os movimentos sociais, as centrais sindicais e os partidos políticos mobilizaram a sua militância bem cedo, às 8h, para uma acção na Avenida Álvaro Maia.
Ainda de acordo com a CTB, funcionários públicos, estudantes e sindicalistas participaram numa acção de protesto no centro de Goiânia (Goiás), que incluiu um desfile por artérias da cidade e um «sepultamento» simbólico da PEC 55.
No Recife (Pernambuco), alguns serviços públicos paralisaram e manifestantes contra a PEC 55 bloquearam diversas vias e ocuparam prédios públicos, nomeadamente o jardim da Companhia Estadual de Habitação e Obras.
Em Curitiba (Paraná), milhares de trabalhadores aderiram à jornada de luta contra as reformas de Temer e a perda de direitos. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba mobilizou os trabalhadores para a luta em empresas como a Volvo, a Bosch, a Renault e Volkswagen. Os trabalhadores dos transportes colectivos, mobilizados pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), também participaram nos protestos, tendo realizado plenários frente às empresas do sector, informa a Força Sindical.
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