O Gabinete de Segurança israelita decretou a demolição da casa de Fadi al-Qunbar, que no domingo passado investiu com um camião contra um grupo de soldados israelitas no colonato ilegal de Talpiyyot, matando quatro e ferindo pelo menos 12, antes de ser morto a tiro por soldados e civis armados.
De acordo com um canal televisivo israelita, citado pela agência Ma'an, no espaço onde ficava a casa e numa ampla zona envolvente igualmente destruída, no bairro palestiniano de Jabal al-Mukabbir, o Município de Jerusalém pretende construir um colonato com 2500 fogos. No entanto, um representante do município disse à Ma'an que estes planos foram aprovados há um ano e que não tinham qualquer relação com acontecimentos recentes.
Também já é do conhecimento público que a mãe de al-Qunbar e mais 12 familiares irão ver revogado o estatuto de residentes em Jerusalém, depois de membros do Governo israelita terem solicitado a deportação de toda a família para a Faixa de Gaza cercada ou para a Síria.
Aumenta o número de demolições
Alegando que está a «desmantelar» estruturas ilegais, o Município de Jerusalém intensificou, na terça e na quarta-feira, o número de demolições em Jabal al-Mukabbir, abrangendo casas, lojas que vendiam material de construção e quintas.
Recorde-se que os palestinianos residentes em Jerusalém Oriental ocupada vivem em condições de grande pobreza (estima-se que quatro em cada cinco vivam abaixo desse limiar) e que lhes é extremamente difícil, se não impossível, obter uma autorização de construção por parte das autoridades israelitas – além de caras, são morosas.
Este é mais um dos aspectos da opressão diária com que os palestinianos são forçados a lidar, no contexto da ocupação a que são submetidos. À luz da lei do ocupante, que raramente concede autorizações de construção, Jabal al-Mukabbir, como tantos outros bairros de Jerusalém Oriental, está repleto de estruturas «ilegais». O Município de Jerusalém lembrou-se disso nestes dias.
«Punição colectiva»
Desde o ataque aos soldados israelitas, no dia 8, as autoridades israelitas já entregaram 40 notificações de demolição em Jabal al-Mukabbir, informou, em comunicado, o grupo de defesa dos direitos humanos israelita B'Tselem.
No texto, a organização afirma que «não há justificação possível para estes passos vingativos», acrescentando que a «imposição da punição colectiva, em conjunto com a adopção de medidas administrativas contra bairros palestinianos em Jerusalém Oriental, é uma política reconhecida do Município de Jerusalém».
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