A «quinzena de acção e luta» será concretizada em greves, concentrações e outras acções de protesto, entre 23 de Fevereiro e 10 de Março. A luta dá-se pelo aumento geral dos salários, a melhoria das condições de trabalho, as 35 horas de trabalho semanal e o fim dos vínculos precários. A Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN) enquadra a situação dos sectores para justificar esta iniciativa.
Numa resolução aprovada pela sua direcção, a Fiequimetal chama a atenção para o facto de nos últimos anos terem aumentado exponencialmente os resultados líquidos, as exportações e a produtividade nas empresas do sector Energético (EDP, REN e GALP), na fabricação de Material Eléctrico e Electrónico, na Metalurgia, no Automóvel, nos Resíduos e Águas, na Química, na Farmacêutica, no Papel e Gráfica, situação que contrasta com a perda de poder de compra dos trabalhadores.
Para a federação, ocorreu a degradação acelerada das condições de trabalho e foram impostos «ritmos de trabalho humanamente insuportáveis», um maior número de situações de assédio moral e violações dos direitos de maternidade e paternidade.
Nestes sectores mantém-se ainda o bloqueio à negociação colectiva e, segundo a federação, não são respeitados os direitos inscritos na contratação colectiva.
Outro dos problemas referidos é o dos horários, com os patrões a procurar impor «horários de trabalho insuportáveis, que desregulam a vida profissional, familiar e pessoal dos trabalhadores».
A federação queixa-se também do recurso constante à contratação de trabalhadores com vínculos precários, considerando que com isso se pretende «ter uma bolsa de trabalhadores descartáveis e vulneráveis, desvalorizar os salários e aumentar a exploração».
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