Mesmo debaixo de chuva intensa, os trabalhadores da multinacional japonesa Tesco, que produz componentes para o sector automóvel em Ribeirão (Vila Nova de Famalicão), voltaram hoje a fazer greve.
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte/CGTP-IN) e a Fiequimetal/CGTP-IN informaram que, após a greve do dia 24 de Fevereiro, a administração actualizou os salários, mas de forma discriminatória: houve trabalhadores que não tiveram qualquer aumento e os restantes foram abrangidos por diversos valores, «desde 50 cêntimos até 50 euros».
Após a greve do dia 24 de Fevereiro, a administração actualizou os salários, mas de forma discriminatória: houve trabalhadores que não tiveram qualquer aumento e os restantes foram abrangidos por diversos valores, desde cinquenta cêntimos até cinquenta euros.
Face a esta medida e à resposta negativa da empresa ao caderno reivindicativo, os trabalhadores decidiram voltar hoje aos protestos. O SITE-Norte acusa ainda a empresa de «pressões e assédio exercido por chefias e superiores».
Entre as reivindicações destacam-se: um aumento salarial de 40 euros para todos sem discriminação; um salário mínimo base de 650 euros para todos os trabalhadores, com contrato a termo ou temporário; a passagem a efectivos de todos os trabalhadores com contratos a termo que ocupam postos de trabalho permanentes (nesta empresa cerca de 60% do total de trabalhadores são contratados através de empresas de trabalho temporário); e o fim da discriminação salarial.
Esteve presente na acção de protesto Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, que em declarações à imprensa saudou a luta dos trabalhadores e lembrou que esta empresa paga salários muito baixos quando tem condições para fazer aumentos. Para o secretário-geral da Intersindical esta empresa é um exemplo de um modelo de baixos salários e trabalho precário que é promovido pelo grande patronato para aumentar os seus lucros.
Arménio Carlos recorda a importância da melhoria dos rendimentos também para o desenvolvimento nacional e regional, permitindo o aumento do consumo. Lembra também ao Governo que este deve intervir, nomeadamente no combate à precariedade e na revogação «das normas gravosas da legislação laboral da política de direita e da troika».
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