Apenas um novo caso de sarampo na última semana

O número de casos confirmados este ano de sarampo em Portugal subiu para 29, num total de 145 notificações, divulgou ontem a Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Francisco George é o director-geral da Saúde, responsável pelo acompanhamento da situação do sarampo em Portugal
CréditosFernando Veludo / Agência LUSA

De acordo com a última actualização de dados disponível na página da DGS, mais de metade dos casos (59%) ocorreram em pessoas não vacinadas, 45% em profissionais de saúde e o mesmo número de casos confirmados precisaram de internamento.

O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que a região de Lisboa e Vale do Tejo é aquela que apresenta mais casos confirmados (21), a maior parte (16) com idade igual ou superior a 18 anos, e um óbito.

Dos 21 casos confirmados na Região de Lisboa e Vale do Tejo, 11 ocorreram em pessoas não vacinadas e das sete pessoas que precisaram de internamento todas já tiveram alta. Face ao boletim da última semana, há mais dois casos registados na região – os únicos neste período – sendo um deles a confirmação de uma situação em análise e outro um caso novo.

Na região do Algarve, a DGS registou sete casos confirmados de sarampo, cinco dos quais em não vacinados. Quatro dos casos ocorreram em crianças com idade inferior a um ano e todas as cinco pessoas que precisaram de internamento já tiveram alta. Confirmando a previsão feita no último boletim epidemiológico, não há novos casos registados na região.

A DGS registou ainda um caso da região Norte, de uma criança na faixa etária 1-4 anos que não estava vacinada, precisou de ser internada, mas já teve alta hospitalar.

Na sequência do surto de sarampo em Portugal, a Assembleia da República aprovou na semana passada, por unanimidade, quatro projetos de resolução – do CDS-PP, do BE, do PSD e do PCP – no sentido de aumentar a cobertura de vacinas e sensibilizar a população para a sua necessidade. Um dia depois, rejeitou a proposta do CDS-PP para que fosse ponderada a possibilidade de impedir as matrículas ou as renovações a alunos que não comprovem a vacinação recomendada no programa nacional.

No passado mês de Abril, depois da morte de uma jovem de 17 anos com sarampo, o Governo emitiu um despacho a obrigar as escolas a comunicarem aos delegados de saúde os casos de alunos que não tivessem as vacinas em dia, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação (PNV).

O objetivo de as escolas transmitirem esta informação aos delegados de saúde é, segundo o despacho, «promover o aconselhamento e esclarecimento adequados», bem como sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação.

As vacinas do PNV, que são gratuitas, não são obrigatórias, mas geralmente as escolas, públicas e privadas, pedem o boletim vacinal dos alunos no acto da matrícula ou da inscrição.

A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz contra o sarampo, uma doença altamente contagiosa e que, ainda que geralmente tenha evolução benigna, pode gerar complicações graves e até levar à morte.


Com Agência Lusa

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