A administração do Hotel Crowne Plaza Vilamoura decidiu instaurar processos disciplinares, com intenção de despedimento, ao dirigente, ao delegado sindical e a uma trabalhadora por terem participado numa acção de denúncia pública junto ao hotel no passado dia 24 de Março, que dava conta aos clientes da degradação das condições de trabalho e de vida.
Segundo o comunicado do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve, «com estes processos disciplinares o que a administração pretende é limitar a organização sindical e a luta dos trabalhadores dentro do hotel sem a qual não teria sido possível os 25 dias úteis de férias, o pagamento dos feriados a 200% e o restante trabalho suplementar como está consagrado no nosso Contrato Colectivo de Trabalho».
Na passada sexta-feira, dia 24, foi entregue à administração uma moção aprovada em plenário de trabalhadores e um abaixo-assinado subscrito por 89 trabalhadores do hotel em solidariedade com os colegas, exigindo que a administração retire os processos disciplinares e a apoiar todas as acções que o sindicato venha a desenvolver.
O Sindicato da Hotelaria do Algarve «repudia totalmente a postura anti-democrática da administração deste grande grupo hoteleiro e exige a retirada imediata dos processos disciplinares em curso».
Perante esta situação, o sindicato convocou a «Vigília de Solidariedade com os Trabalhadores do Hotel Crowne Plaza Vilamoura», que irá decorrer no próximo dia 4 de Julho, a partir das 17 horas, junto ao hotel.
Problemas de há vários anos
Segundo a moção aprovada, há vários anos que os trabalhadores do Hotel Crowne Plaza Vilamoura «não sabem o que é um aumento salarial mas o trabalho não pára de aumentar».
Os salários da maioria dos trabalhadores do hotel não são actualizados há cerca de 8 anos, o trabalho não pago aumentou, quer seja por via da utilização dos estágios, quer seja pelo não pagamento do trabalho suplementar, e a precariedade é cada vez maior com o recurso à contratação a termo e ao trabalho temporário.
Os trabalhadores contrapõem a sua situação com factos: «2013 foi considerado “o melhor ano turístico de sempre”, 2014 “foi um ano de recordes turísticos na região e no país”, em 2015 a actividade turística no Algarve voltou a registar um crescimento de 10,2 % de proveitos, atingindo 758,4 milhões de euros, e as perspectivas para 2016 são de crescimento».
Exigências dos trabalhadores
Para além de exigirem a retirada imediata dos processos disciplinares instaurados e «repudiar a atitude repressiva e anti-democrática da administração», os trabalhadores exigem ainda que a administração inicie de imediato um processo negocial com a Comissão Negociadora Sindical, com vista a melhorar os salários e a acertar a forma de pagamento do trabalho suplementar em dívida.
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