Vários dirigentes venezuelanos, como a presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Delcy Rodríguez, e o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, desmentiram ontem, ao final do dia, a notícia de que o poder constituinte teria dissolvido a Assembleia Nacional, onde as forças da chamada Mesa de Unidade Democrática (MUD, oposição) estão em maioria.
Vários meios de comunicação social noticiaram a dissolução do parlamento venezuelano após a reunião de ontem da ANC, em que esta assumiu competência legislativa em «matérias de paz, soberania, economia e a premência dos direitos dos venezuelanos», de acordo com a Telesur. A decisão foi tomada depois de os deputados da oposição terem faltado à convocatória da ANC para participarem na sessão de ontem.
Delcy Rodríguez tinha dirigido uma missiva à Junta Directiva da Assembleia Nacional na passada quinta-feira, convidando-a a participar na sessão da ANC do dia seguinte. Perante a ausência, entendida como mais um episódio em que as forças da oposição ignoraram a vontade do povo venezuelano, foi aprovado um decreto que confere capacidade legislativa em alguns domínios.
Entretanto, doze governos latino-americanos que têm estado empenhado na deriva ingerencista da Organização de Estados Americanos (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru), emitiram um comunicado condenando a dissolução da Assembleia Nacional venezuelana que, na verdade, não aconteceu. Isto depois de, no final da sessão da ANC, Delcy Rodríguez ter dito de forma clara à imprensa que o parlamento venezuelano continua em funções.
Na sua conta no twitter, Rodríguez afirmou que «a Assembleia Nacional que queria ser dissolvida ficou frustrada. Segue em funções, deve trabalhar pela Venezuela e com respeito à Constituição», numa publicação em que partilhou uma fotografia do lugar deixado vago pelo presidente da Junta Directiva do parlamento venezuelano.
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