Esta terça-feira, trabalhadores da Soares da Costa realizaram mais uma acção de protesto, desta vez junto ao Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, onde pretendiam ter conhecimento de como está a decorrer o processo da empresa e protestar contra os salários em atraso.
Luís Pinto, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN), lembra que a empresa, em Agosto de 2016, apresentou o Processo Especial de Revitalização (PER) que no início deste ano, entre Janeiro e Fevereiro, foi aprovado pelos credores, mas depois não foi homologado pelo juiz.
O dirigente sindical conta que ouviu testemunhos de vários trabalhadores presentes, com situações em que «já venderam o carro, ou estão com dificuldade em pagar a luz, a água e pequenas despesas».
A empresa decidiu apresentar um novo plano, em Junho de 2017, e até à data não há nenhuma decisão. «Desconhecemos completamente o plano, não está concluído e recentemente o administrador judicial acordou com a empresa a prorrogação de mais um mês, isto é, a prorrogação entrou a 16 de Outubro, portanto vai terminar agora», explica o dirigente sindical.
A juíza que está agora a tratar do processo não estava presente hoje no tribunal, mas foi dada a informação aos trabalhadores de que «é um processo muito complexo e que há várias impugnações que estão a ser analisadas», mas «não deram dados claros de quando isto vai terminar», referiu Luís Pinto.
A situação «é bastante dramática da parte dos trabalhadores», explica o sindicalista. Há trabalhadores que têm salários em atraso desde Novembro do ano passado, há trabalhadores com salários em atraso desde Janeiro deste ano e, recentemente, trabalhadores que estavam a laborar na obra do Monumental Palace Hotel, na Avenida dos Aliados, no Porto, estão com dois meses de salários em atraso.
Os trabalhadores desta obra na Invicta realizaram acções de protesto à porta da empresa na semana passada, e, esta segunda-feira, viram as portas barradas com seguranças, mandados por Mário Ferreira, dono do hotel, que não os deixaram ir trabalhar. O empresário tinha anunciado há poucos dias que pretendia retirar ao consórcio liderado pela Soares da Costa a recuperação do hotel.
O dirigente sindical conta que ouviu testemunhos de vários trabalhadores presentes, com situações em que «já venderam o carro, ou estão com dificuldade em pagar a luz, a água e pequenas despesas».
Luís Pinto dá conta de que os trabalhadores abordaram a sua participação na manifestação nacional, convocada pela CGTP-IN para o dia 18 de Novembro, às 15h, do Marquês do Pombal aos Restauradores, com a possibilidade de realizarem, durante a manhã, uma concentração na Assembleia da República ou na residência oficial do primeiro-ministro.
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