A concentração de hoje, realizada no Terreiro do Paço, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL/CGTP-IN).
Os trabalhadores afirmam que o prometido descongelamento da tabela remuneratória única é uma ilusão, pois a actualização dos salários representa uma subida de apenas 89 cêntimos por mês, um pouco acima do Salário Minímo Nacional.
A tabela não é actualizada desde 2009, motivo pelo qual a 1.ª e 2.ª posições salariais equivalem a 450 e a 532,08 euros, entretanto já superadas pela subida do salário minímo. A 3.ª posição equivale a 583 euros e a 4.ª a 635 euros.
Em declarações à Lusa, José Correia, dirigente do STAL, afirmou que o Governo não quer cumprir o cumpromisso assumido, argumentando com interpretações fraudulentas, e esquece a existência de uma portaria que fixa o minímo de progressão em 28 euros.
«O Governo prometeu o direito de progressão aos trabalhadores que têm 10 pontos, mas agora tem a interpretação que eles sobem apenas uma posição, e que, portanto, os da 1ª posição progridem para a 2ª, que ganha abaixo do SMN. Esta interpretação é uma fraude», disse.
José Correia acrescentou ainda que, «segundo uma portaria de 2008, estes trabalhadores teriam direito a 28 euros no mínimo de aumento, mas o Governo vai esquecer que eles já teriam direito ao salário mínimo e, portanto, a promessa de que estes trabalhadores iriam finalmente progredir e ter um aumento de salário na prática é zero».
Por isso, afirma o dirigente, «vamos ter milhares de trabalhadores que, ao final de 10 ou 20 anos de trabalho, vão progredir para o salário mínimo», o que é inaceitável para o sindicato, que exige aumentos salariais dignos.
Na quarta-feira à tarde, a Frente Comum vai reunir com o Governo e esta questão será novamente levantada. Dependendo da resposta dada, os trabalhadores vão avançar com mais contestação.
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