|greve

Adesão de 60 a 80%

Greve dos enfermeiros: «ampla e profunda adesão»

Arrancou esta quinta-feira a greve nacional de dois dias, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. A considerável adesão é motivada pela grande falta de meios e pessoal no SNS, que coloca os serviços em causa, como também a quebra dos compromissos pelo Ministério da Saúde.

Enfermeiros afirmam que sofrem de uma sobrecarga horária imensa que põe em causa a sua vida e o bom funcionamento do SNS
CréditosSEP

Os enfermeiros iniciaram hoje, às 8h, a greve de dois dias convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) pela «valorização e dignificação» das suas carreiras. 

Com uma adesão acima da esperada durante a manhã, variando entre os 60 e 80% pelo País, vários serviços hospitalares estão completamente paralisados. Os dados foram avançados por José Carlos Martins, dirigente do SEP, em declarações aos jornalistas, junto ao Hospital de S. José, em Lisboa.

«Uma adesão ampla e profunda», afirmou, sublinhando que a resposta dos enfermeiros «espelha bem o descontentamento desta classe que está disposta a novas formas de luta, caso o Governo não concretize as reivindicações apresentadas (15 no total) e que estiveram na origem deste protesto».

O Governo, sobretudo o Ministério da Saúde, é acusado de «não concretizar os compromissos assumidos», em Outubro de 2017, e de, ao invés de resolver os actuais problemas, agravá-los ou criar novos.

Greve contra estado de ruptura na Saúde

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está «numa situação caótica», afirmam os profissionais, sendo a falta de meios e de pessoal uma das razões apontadas pelo SEP. A evidente carência de enfermeiros pode colocar em risco a saúde dos doentes, afirma a estrutura, pois os profissionais estão exaustos e a trabalhar sobrecarregados.

Os enfermeiros apresentaram 15 pontos «aos quais o Ministério da Saúde tem que dar resposta imediata». Entre as reivindicações, é exigida a contratação imediata de 500 enfermeiros e de mais mil enfermeiros nos próximos meses, a única solução de fundo que resolve o problema mencionado e a questão das milhares horas extraordinárias por pagar, que «vão continuar a crescer até que sejam abertos novos concursos de admissão».

É exigido ainda o pagamento do suplemento remuneratório aos enfermeiros especialistas, que não é pago desde Janeiro, a revisão das carreiras, o pagamento das horas extrordinárias, o fim das discriminações salariais e o cumprimento da legislação relativa aos horários.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui