A paralisação de três dias, iniciada na terça-feira e que termina hoje à meia-noite, tem como objectivo denunciar a grave carência de profissionais no Hospital de Santarém, onde faltam mais de uma centena.
Anteontem, dezenas de enfermeiros realizaram uma concentração de protesto, junto à entrada do hospital, e hoje, no mesmo local, foi promovido um cordão humano, reunindo tanto os profissionais como utentes, para exigir a contratação imediata de, pelo menos, 50 enfermeiros.
Helena Jorge, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN), em declarações aos jornalistas afirmou hoje que a adesão à greve foi «muito boa», de 75% durante o período da manhã, chegando aos 90% nos turnos de tarde e de noite.
A enfermeira reiterou que exigem de imediato a contratação dos 50 profissionais para as faltas «mais prementes» nos serviços, que estão em ruptura, apontando que para colmatar todas as necessidades são precisos mais de 100 enfermeiros, caso contrário o número de baixas e dos índices de absentismo vão continuar a aumentar devido à sobrecarga de trabalho.
Helena Jorge referiu ainda as consequências da falta de pessoal para os utentes, que põem em causa a qualidade e a segurança dos cuidados, frisando que estão «outra vez a trabalhar no arame sem rede».
Sobre os pedidos para a admissão de mais pessoal, a dirigente do SEP afirmou que o conselho de administração do Hospital de Santarém «até tem pedido enfermeiros», porém, não recebe a autorização do Governo para a contratação.
Os protestos fazem parte do movimento «Mais enfermeiros contra a ruptura», que pretende pressionar as administrações e o Governo de forma a serem abertas contratações, pondo um fim ao bloqueio aos novos pedidos de admissão, considerando que só isso pode solucionar problemas como a falta de enfermeiros, os longos horários e horas extraordinárias por pagar, o cansaço físico e psicológico das equipas ou a degradação dos serviços prestados.
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