Uma inspetora da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) foi impedida de entrar na sala de apresentação de trabalhadores da Ryanair no aeroporto do Porto, de acordo com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
Tal como anunciado, os inspectores marcaram presença nos aeroportos de Lisboa, Faro e Porto durante a greve, sendo que no último, «a senhora inspetora quis entrar na sala de apresentação dos tripulantes da Ryanair e a chefe que lá estava disse que não autorizava porque ia causar stress nos tripulantes», relatou Luciana Passos, presidente do SNPVAC.
A dirigente sindical referiu ainda que, em Lisboa, a transportadora também tentou repetir a situação mas a «senhora inspetora chamou a polícia e disse – entro eu que estou certificada para entrar e faço parte de uma autoridade nacional ou então entrarei com a polícia».
«E entrou e fez o trabalho dela. Não temos ainda qualquer relatório do resultado, mas a seu tempo saber-se-á», acrescentou à agência Lusa.
Entretanto, Vieira da Silva, ministro do Trabalho, afirmou hoje que, de acordo com o «reporte» que lhe foi transmitido, a equipa da ACT «não identificou nenhuma restrição a qualquer instalação dos aeroportos nacionais».
Ryanair despreza legislação laboral
A acção da ACT dá seguimento às várias denúncias e graves acusações, que a Ryanair tem violado a lei e o direito à greve no decurso do protesto de três dias não consecutivos. Esta é acusada de substituir grevistas com tripulantes estrangeiros, tendo entretanto admitido a situação como se fosse algo natural.
Os tripulantes de cabine das bases portuguesas da Ryanair cumprem hoje o terceiro e último dia de greve, na qual exigem o cumprimento da lei nacional aos seus contratos.
Em causa está o incumprimento pela companhia low cost da legislação laboral nacional em determinadas matérias, tais como a violação dos direitos da parentalidade, a atribuição de falta injustifica por baixa médica, a garantia de um ordenado mínimo ou os vários processos disciplinares contra quem não atinja os objectivos de venda a bordo.
Além disso, é contestada a deterioração das condições de trabalho, realçando a existência de «contratos precários há mais de dez anos» e a recusa da empresa em tratar os tripulantes com o «mínimo de respeito e dignidade humana, exigível a qualquer empresa a laborar em Portugal».
Com agência Lusa
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