despejos

A coligação PCP-PEV foi a única a votar contra a recomendação apresentada pelo Chega na Câmara Municipal de Loures, que permite despejar as famílias de quem comete crimes.

Esta é a história daqueles que reclamam o direito a existir. No n° 286, rua dos Fanqueiros, em plena baixa pombalina, uma associação faz da resistência parte da sua actividade. Na Lisboa do turismo excessivo, dos unicórnios e da gentrificação, há quem lute para manter um lugar na cidade que é sua.

A empresa arrombou as portas, sequestrou os bens pessoais e mudou as fechaduras de dois dos seus trabalhadores, estrangeiros, num despejo ilegal. CESP/CGTP convoca novo protesto para o dia 20 de Maio, às 16h15.

Há cinco anos os conservadores prometeram acabar com os «despejos sem culpa» no Reino Unido. Desde então, mais de 90 mil inquilinos foram ameaçados com processos deste tipo.

Altura de colocar a solidariedade de classe à altura das exigências. Os trabalhadores imigrantes da Webhelp foram despejados ilegalmente pelo patronato e, deste modo, o CESP convocou um protesto em frente à sede da empresa para a próxima segunda-feira pelas 11 horas.

O AbrilAbril acompanhou os sindicalistas do CESP que, ao lado dos trabalhadores, impediram o «despejo ilegal». É a segunda vez que a Webhelp os tenta desalojar, alegando que deram uma falta injustificada.

A Webhelp contrata trabalhadores estrangeiros e cobra 300 euros (saídos directamente dos salários) para os alojar em quartos. CESP/CGTP convoca solidariedade para travar o despejo ilegal às 10h, dia 26, na Avenida São José, 12, Sacavém.

Os títulos são enganadores, até porque o Governo diz que as rendas mais antigas não irão sofrer mais qualquer tipo de aumento. A verdade é que vão ser descongeladas e podem ser actualizadas em 6,94% e os senhorios compensados. É uma questão de opções.

«As políticas da União Europeia prejudicam Portugal», alerta o Porta a Porta, que na quarta-feira realiza uma concentração, frente ao Parlamento Europeu, para exigir a descida dos juros e outras medidas urgentes. 

No dia em que uma família que inclui um doente oncológico, um doente em cadeira de rodas com 89 anos e a sua cuidadora foi despejada em Arroios foi também realizado, na Assembleia da República, um debate sobre a habitação. A ministra não apareceu.

Membros de associações que lutam pelo direito à habitação exigiram o controlo do preço das rendas e mais habitação social, de modo a proteger os inquilinos do aumento expectável dos preços.

Ao anunciar o eventual despejo de centenas de famílias, Ricardo Leão (PS), presidente da autarquia de Loures, «despreza e maltrata aqueles que vivem nas condições mais precárias e frágeis», acusa o movimento Porta a Porta.

Realizou-se ontem a Comissão de Habitação na Assembleia da República. A encenação do debate no ataque à propriedade privada serve de escudo à ausência de medidas eficazes. 

Na semana passada, uma associação de inquilinos dinamizou uma carta pelo congelamento das rendas e contra os despejos. Esta semana, uma organização promove uma campanha de alerta para as casas vazias.

Os protestos, coordenados pelo London Renters Union, ocorreram frente a agências imobiliárias em seis distritos londrinos, reclamando um congelamento semelhante ao que o governo escocês realizou.

Durante o período da pandemia, 21 mil crianças e mais de 20 mil idosos foram despejados de suas casas no Brasil, segundo a campanha Despejo Zero. A moratória em vigor, do STF, termina dia 31.

Inês de Medeiros e PSD justificaram a falta de apoio às famílias desalojadas no início do mês, em Almada, com supostos abusos cometidos por quem não tem uma situação habitacional digna.

Acompanhando toda a espiral de inflação, o direito à habitação está cada vez mais condicionado e entregue à especulação. A guerra apresenta-se como o bode expiatório para um direito cada vez mais desprotegido.