Lucros

O peso dos gastos com pessoal nas despesas totais das empresas foi de apenas 14% em 2016. Lutas por aumentos salariais têm-se intensificado, tanto no sector público como no privado.

A dona do Pingo Doce lucrou 85 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, mais 7 milhões que no mesmo período de 2017. Em Portugal, o grupo ainda não cumpriu aumentos salariais anunciados.

As principais cotadas na Bolsa de Lisboa lucraram 3500 milhões de euros no ano passado, mas o número de postos de trabalho que criaram em Portugal não terá chegado aos 4 mil.

A Mota-Engil, que conta com representantes do PSD e do CDS-PP na sua administração, anunciou lucros superiores a 61 milhões de euros, em 2017, de acordo com o relatório e contas consolidadas.

O grupo Sonae teve lucros de 174 milhões de euros em 2017 e quer distribuir quase metade em dividendos, o que permitiria aumentar em 130 euros por mês todos os 46 155 trabalhadores.

As 16 empresas do principal índice da Bolsa de Lisboa que já divulgaram os seus resultados de 2017 tiveram lucros de mais de 3,5 mil milhões de euros no ano passado, enquanto os salários ficaram estagnados.

O PCP anunciou hoje uma iniciativa legislativa para diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social, introduzindo uma contribuição que vai incidir sobre empresas com grandes lucros mas onde os salários pouco pesam.

A NOS teve lucros de 124 milhões de euros em 2017, mais do que gastou nesse ano em custos com pessoal, e vai distribuir 162 milhões em dividendos. A prestadora do serviço universal não se ressentiu com os incêndios que deixaram populações há cinco meses sem telefone.

A EDP conseguiu pagar menos 438 milhões de euros em impostos sobre os lucros em 2017 do que a taxa de IRC em vigor. O valor permitia construir os hospitais de Évora, do Seixal e de Sintra, e ainda sobravam 180 milhões.

O patrão do Pingo Doce diz que o BE e o PCP «só atrapalham», que os sindicatos «não querem negociar» e que quer liberdade para negociar, individualmente, horários que possam chegar às 12 horas por dia.

Os lucros dos CTT em 2017 foram de 27 milhões de euros, mas a administração quer entregar 57 milhões em dividendos aos vencedores da privatização.

O presidente executivo da EDP ganhou mais de 2,2 milhões de euros em 2017, entre remunerações e prémios. A empresa teve os maiores lucros desde 2011, no ano passado, ultrapassando os mil milhões de euros.

A dona do Pingo Doce manteve os lucros, excluindo receitas excepcionais, no ano passado, comparativamente aos resultados de 2016, de 385 milhões de euros – e quer distribuir tudo em dividendos.

A multinacional francesa utilizou os proveitos com a empresa de telecomunicações nacionais para pagar juros dos empréstimos que contraiu para a comprar. Entretanto, há clientes que continuam sem telefone fixo.

O grupo que detém a TVI, a Rádio Comercial e a produtora Plural manteve os lucros anuais próximo dos 20 milhões de euros em 2017. A tentativa de compra da Media Capital pela Altice está em análise pela Autoridade da Concorrência

Galp Energia lucra mais 100 milhões em 2017 do que no ano anterior. Resultados superam 600 milhões de euros, com um forte crescimento na exploração de petróleo na costa brasileira.

As seguradoras portuguesas lucraram cerca de 350 milhões de euros em 2017, mais que duplicando os resultados do ano anterior. Maior empresa do sector, a Fidelidade, foi entregue pelo anterior governo com desconto de 400 milhões.

Quase todos os números do turismo nacional continuam a bater recordes – a excepção está nos salários dos seus trabalhadores, que ganham menos do que em 2011, em termos reais.