Os presidentes executivos das principais empresas cotadas na Bolsa de Lisboa ganharam, em 2017, mais 40% do que em 2014, enquanto os salário dos trabalhadores, em média, permaneceram estagnados.
Em média, os primeiros ganharam 46 vezes mais, enquanto três anos antes a diferença era de 33 vezes, de acordo com o Dinheiro Vivo. O caso que sobressai é o de Pedro Soares dos Santos, patrão do Pingo Doce, que ganha 155 vezes mais que a média dos trabalhadores. No entanto, se tomarmos como referência o salário base mais baixo da tabela da APED, a associação patronal do sector a que a cadeia de supermercados preside – o salário mínimo nacional –, a diferença sobe para 247 vezes.
Recorde-se que esta é a associação patronal que se recusa a acabar com uma tabela salarial discriminatória, a chamada tabela B, que aplica cortes salariais a quem trabalha fora dos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal.
Nos últimos anos, assistiu-se a uma crescente disparidade entre o que ganham os gestores de topo, que muitas vezes, como na Jerónimo Martins, são simultaneamente donos da maioria do capital, e os trabalhadores das suas empresas.
O que ganharam os 15 gestores das maiores empresas cotadas em 2017 chegava para pagar a diferença entre o salário mínimo negociado pelo PS e pelo BE para 2019, 600 euros, e a proposta da CGTP-IN, apoiada pelo PCP, de 650 euros, para mais de 22 700 trabalhadores.
O patronato ainda não se pronunciou sobre o valor do salário mínimo para o próximo ano, mas é expectável que, tal como nos últimos anos, os mesmos que recebem salários milionários venham a tentar travar qualquer subida ou, em alternativa, que exigam contrapartidas.
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