As contas dos CTT, divulgadas ontem, mostram uma esperada redução dos lucros da empresa, para os 27 milhões de euros. Ainda assim, e enquanto executa um amplo plano de despedimentos e fecho de lojas, a administração dos Correios quer entregar mais do dobro, 57 milhões, aos donos privados da empresa.
O paradoxo resulta da nova política de remuneração accionista, que aplica uma percentagem sobre a média dos lucros anuais para definir o dividendo a pagar aos vencedores da privatização promovida pelo PSD e pelo CDS-PP. Ou seja, os CTT até podem dar prejuízo num determinado ano e pagar aos Mello, aos mega-bancos europeus (Credit Suisse, Norges Bank, BNP Paribas) ou à Goldman Sachs (onde trabalham os ex-governantes do PSD Durão Barroso e José Luís Arnaut).
Para além do plano de saídas de trabalhadores (cerca de mil, até 2020) e de fecho de lojas próprias (22, já este ano), o salário médio dos trabalhadores dos Correios tem vindo a descer nos últimos dois anos. Em 2016 caiu 1,53% e em 2017 voltou a ser reduzido em 0,18%. Os números resultam dos dados divulgados nos relatórios e contas da empresa, que escondem a situação daqueles que estão subcontratados através de empresas prestadoras de serviços.
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