A Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) acusa a Unicer de «intransigência total» quanto a aumento de salários, razão pela qual os trabalhadores decidiram manter a greve entre o dia de hoje e domingo.
O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab) havia anunciado greve na Unicer à primeira hora de trabalho entre 15 e 17 de Agosto e às duas primeiras e últimas horas de trabalho entre 19 e 21 de Agosto. Entretanto, os trabalhadores decidiram suspender a greve de 15 a 17 de Agosto, pelo facto de ser marcada uma reunião entre a administração e o sindicato, onde os responsáveis da empresa apresentariam formalmente a sua proposta.
Posteriormente à reunião com a administração, ocorreu um plenário de trabalhadores, onde foi decidido, perante a postura da empresa, manter a greve de 19 a 21 de Agosto.
«Há de facto uma intransigência total da Unicer no que toca a aumentos salariais e esta intransigência por parte da empresa não deixou nenhuma alternativa aos trabalhadores e por isso a greve vai manter-se», afirmou à imprensa Francisco Figueiredo, dirigente sindical da FESAHT, organização filiada na CGTP.
Na discussão com a administração, foi apresentada a proposta do sindicato de «um aumento de 3%, no mínimo de 30 euros» que «a empresa recusou liminarmente», sem apresentar «nenhuma proposta para desbloquear a greve», lamentou.
Francisco Figueiredo revelou, porém, que a Unicer «admitiu, informalmente, dar um dia de férias a mais aos trabalhadores» e mostrou-se disponível para «negociar a partir de dia 1 de Outubro aumentos salariais para o ano de 2017».
No entanto, os trabalhadores «exigem que seja dado um aumento salarial já em 2016. A empresa deu muitos lucros em 2015, não há nenhuma razão para que não conceda um aumento salarial para os trabalhadores», defendeu.
O sindicalista referiu ainda que, no final do plenário, os sindicatos manifestaram a sua «disponibilidade para reunir a qualquer momento com a empresa» e «desbloquear a situação», desde que a Unicer apresente «uma proposta de aumentos salariais».
Esta acção de luta havia sido decidida, em plenário, pelos trabalhadores das empresas Unicer GPS, Unicer Bebidas e Unicer AT, a laborar nos estabelecimentos de Leça do Balio, Santarém, Santo Antão do Tojal e Miraflores.
A Unicer registou o ano passado 33 milhões de euros de lucros, mais 24% do que no ano anterior.
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