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Dois dias de greve na Misericórdia de Vila Nova de Famalicão

Reunidos em concentração frente ao lar S. João de Deus da Santa Casa da Misericórdia de Famalicão, os trabalhadores exigiram o fim da «pressão e repressão de que têm sido alvo».

CréditosNuno Fox / Lusa

A greve arrancou hoje, dia 27, e ainda se vai prolongar ao longo de todo o dia de amanhã, 28 de Janeiro, acompanhada por uma concentração e desfile dos funcionários da Misericórdia de Vila Nova de Famalicão. Os trabalhadores avançaram para estas acções de protesto com o intuito de demonstrar o seu descontentamento perante as «más condições de trabalho que se têm vindo a agudizar desde o início da pandemia», denuncia o comunicado do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).

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Misericórdia de Gaia contrata trabalhadores para substituir quem faz greve

Trabalhadores que aderiram hoje, em grande número, à greve foram substituídos por novas contratações. «O Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN) já protestou junto da empresa e denunciou a situação à ACT».

Concentração de trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, em greve por melhores salários e contra o assédio laboral, dia 27 de Agosto de 2021
Créditos / Sindicato de Hotelaria do Norte / CGTP-IN

É longa a lista de denúncias e reivindicações dos trabalhadores dos quatro lares da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia. A moção aprovada esta manhã pelos funcionários em greve, que se concentraram em frente de um dos equipamentos geridos pela empresa, não deixa margem para dúvidas.

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Protesto por aumento dos salários na Santa Casa de V. N. Gaia

Os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia vão estar em greve esta quarta-feira por aumentos salariais e melhores condições de trabalho.

Lar Almeida António da Costa, em Vila Nova de Gaia
Créditos / laresonline.pt

O protesto tem como principais reivindicações o aumento dos salários em 40 euros, o pagamento do subsídio nocturno e a valorização do trabalho em dia feriado, informa o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN). Os trabalhadores contestam ainda «a falta de pessoal e os ritmos de trabalho intensos» e exigem «melhores condições de vida e de trabalho».

Os trabalhadores em greve, convocada para amanhã pelo Sindicato da Hotelaria do Norte, vão concentrar-se junto ao Lar Almeida e Costa, gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia.

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Para além dos baixos salários, o assédio laboral e o não assegurar minimamente as condições higiénicas dos trabalhadores, a Misericórdia de Gaia obriga os funcionários a «trabalhar sete dias consecutivos», em desrespeito ao Código do Trabalho e da contratação coletiva, altera persistentemente os horários de trabalho e recusa-se a pagar horas extraordinárias.

Muito embora a empresa se tenha sempre recusado a admitir novos trabalhadores, para suprir as ausências e vagas e «melhorar as condições de serviço aos utentes», parece ter finalmente encontrado uma solução, contratando funcionários para substituir os trabalhadores que exigem o cumprimento dos seus direitos laborais.

A moção que foi entregue na sede da Misericórdia exige, afora a resolução dos problemas identificados, a efectiva «classificação dos trabalhadores de acordo com as funções que exercem» e a sua adequada «remuneração em conformidade com as funções» exercidas, «melhores condições de higiene, segurança e saúde» e a «melhoria da qualidade e quantidade na alimentação servida aos trabalhadores».

Todos trabalhadores devem ver os seus salários aumentados para níveis «dignos e justos», ao mesmo passo que a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia deve renunciar ao clima de pressão e assédio que tem desenvolvido na empresa e «respeitar os direitos dos trabalhadores», defende o SHN/CGTP-IN.

O piquete de greve presente no Lar Almeida da Costa «confirmou a existência de substituição ilegal de grevistas por trabalhadores admitidos depois a emissão do aviso de greve». Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato de Hotelaria do Norte anuncia ir «apresentar queixa-crime contra a Misericórdia por substituição ilegal de grevistas».

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Estas «trabalhadoras estiveram sempre na linha da frente perante a pandemia Covid-19», abdicando da sua «vida pessoal quando foi preciso dar resposta aos utentes da instituição». Seria apenas natural que, neste contexto, a Misericórdia reconhece-se o esforço e profissionalismo dos funcionários, em vez de agravar a sua condição laboral.

Cansados «dos horários desregulados, com apenas uma folga semanal, que não permitem a conciliação da sua vida pessoal e familiar», do «assédio laboral, pressão e repressão de que têm sido alvo», e da «falta de condições de higiene» da instituição, que não lhes permite «cuidar dos utentes com brio e zelo», mais de 30 trabalhadores estiveram hoje reunidos à porta da instituição.

Para além da resolução destes problemas, os funcionários da Misericórdia de Vila Nova de Famalicão exigem o pagamento do trabalho suplementar, a liberdade sindical dentro da instituição, que tem sido alvo de «bloqueio por parte da direcção» e a contratação dos trabalhadores com postos de trabalho efectivo.

«Esta direcção não reconhece o esforço e profissionalismo dos trabalhadores». Não existindo diálogo por parte deste orgão, os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia, com o apoio do CESP, não se vão deixar intimidar, avançando para a luta pelos seus direitos. O desfile de amanhã vai ter inicio às 14h30, na rotunda Bernardino Machado, terminando com uma concentração na sede da Santa Casa da Misericórdia.

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