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Falta de enfermeiros continua afectar serviços

Voltam a ser reportadas várias situações de carência de enfermeiros em serviços, o que coloca em causa a prestação de cuidados de saúde com qualidade, a segurança e as condições de trabalho destes profissionais.

Créditos / CC BY 2.0

Vêm a público mais casos de serviços com falta de enfermeiros, situação que tem sido denunciada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Foram dadas a conhecer nos últimos dias várias situações em diferentes unidades de saúde do País.

No Centro de Saúde de Aguiar da Beira, «a equipa de enfermagem tem assistido à diminuição do número de elementos desde Setembro de 2016». Este centro de saúde conta hoje com apenas três enfermeiros que prestam serviço a «cerca de 5472 utentes e 2111 famílias».

Acresce, neste caso, a inexistência de unidade de cuidados na comunidade, o que implica «acréscimo de trabalho em actividades de promoção da saúde e prevenção da doença». Estão em risco, segundo o sindicato, «cuidados prestados no domicílio a pessoas dependentes, cuidados infantis, cuidados maternos, saúde escolar e o trabalho com os grupos comunitários de risco».

Norte Alentejano tem serviços com apenas um enfermeiro

Na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano também persiste esta carência. Foi denunciada pela equipa de enfermagem, ao sindicato e ao Conselho de Administração, a «ruptura iminente» do serviço de cuidados paliativos do Hospital de Portalegre «devido à diminuição drástica do número de enfermeiros desde o início do ano de 2017». Devido «à mobilização dos colegas com o apoio do SEP», neste caso, «a equipa foi reforçada com dois enfermeiros com contrato de substituição e perspectiva-se o regresso de uma ausência prolongada».

Ainda nesta unidade, o serviço de pediatria confronta-se «com enorme dificuldade na gestão dos cuidados de enfermagem devido à carência de enfermeiros, colocando em causa a prestação de cuidados com qualidade e segurança às crianças», refere o sindicato. Em postos de trabalho como a neonatologia, «não está alocado nenhum enfermeiro», o que significa que quando nesses casos é necessário prestar cuidados, o internamento fica sem nenhum destes profissionais.

No caso do serviço de urgência básica (SUB) de Ponte de Sor, existe apenas um enfermeiro escalado, no turno da noite, ocorrendo a mesma situação na ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV). De acordo com a legislação, «deveriam estar escalados dois enfermeiros na SUB e um na ambulância SIV».

Nesta unidade local, um concurso para 25 vagas de enfermeiros em contrato individual de trabalho por tempo indeterminado «aguarda autorização superior». O SEP sublinha que «é um importante contributo», mas vai continuar a exigir a abertura de mais vagas.

Mais casos na Figueira da Foz e em Gaia

Na Urgência do Hospital da Figueira da Foz não existem enfermeiros suficientes à noite, tendo em conta que a administração do hospital decidiu «reduzir o número de enfermeiros» de quatro para três desde o dia 1 de Novembro», o que está a gerar «uma forte instabilidade».

O SEP lembra que esta «é uma urgência médico-cirúrgica que tem via verde para os casos de acidente vascular cerebral (AVC), a qual implica sempre a saída de um enfermeiro do serviço para acompanhar o doente à tomografia computorizada (TAC) e depois garantir a sua vigilância e acompanhamento para a unidade de AVC em Coimbra».

É ainda denunciado que persiste a carência de enfermeiros no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, que resulta «em 30 000 horas em dívida», ao mesmo tempo que se verificaram despedimentos.

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