Os salários, nomeadamente dos trabalhadores com mais antiguidade, não são revalorizados há anos (apesar de ter sido aumentado o salário de entrada), apesar dos resultados do 3.º trimestre serem de mais de 500 milhões de euros de lucros para o Grupo Jerónimo Martins, dono do Pingo Doce,
O sindicato alerta ainda para a redução do número de trabalhadores, que tem como consequência ritmos de trabalho «alucinantes» e «o aumento dos trabalhadores com baixas médicas e acidentes de trabalho». Chega mesmo a dar exemplo de trabalhadores que já desmaiaram por não lhes ser permitido fazer pausa, mesmo por motivos de saúde.
«Chega mesmo a dar exemplo de trabalhadores que já desmaiaram por não lhes ser permitido fazer pausa, mesmo por motivos de saúde.»
O panorama dos horários de trabalho é de desregulação. Alteração sistemáticas, horários nocturnos e banco de horas são uma constante. As transferências de loja chegam a ser diárias e comunicadas verbalmente, acusa a estrutura sindical.
A marcação de férias não é feita de acordo com a lei e, segundo o CESP, a empresa tenta impedir a marcação de férias em vários meses do ano. Não havendo acordo e sendo a empresa a marcar férias unilateralmente, os trabalhadores terão que gozar de 1 de Maio a 31 de Outubro a totalidade dos dias de férias seguidos.
É denunciada ainda a falta de condições de saúde, higiene, segurança, e de fardamento em quantidade e qualidade. Quando ocorrem acidentes de trabalho, o sindicato acusa a empresa de em muitas situações não proceder à participação à companhia de seguros. Ou mesmo havendo, a seguradora «muitas vezes não considera acidente de trabalho».
«Quando ocorrem acidentes de trabalho, o sindicato acusa a empresa de em muitas situações não proceder à participação à companhia de seguros. Ou mesmo havendo, a seguradora «muitas vezes não considera acidente de trabalho»
A empresa não aceita ainda a revogação do pagamento do subsídio de alimentação em cartão, como é reivindicação dos trabalhadores, e não é feita a reclassificação profissional dos trabalhadores que estão a exercer funções de categorias superiores.
O CESP revela ainda que existe «uma pressão enorme sobre os trabalhadores» – processos disciplinares, controlo de qualidade, recusa de horários flexíveis, trabalhadores fechados em salas com o gerente.
As reivindicações dos trabalhadores para 2017
O CESP divulga igualmente as exigências dos trabalhadores para o próximo ano. Uma delas é o aumento salarial de 40 euros sobre os salários praticados na empresa, para todos os trabalhadores, sem discriminações. Defendem ainda o aumento do subsídio de alimentação para seis euros, a passagem a efectivos dos trabalhadores com vínculos precários e o fim do banco de horas.
Reivindicam a integração dos operadores de armazém nos níveis de qualificação e grelha salarial dos operadores de loja, e a reclassificação dos trabalhadores a exercer funções de categoria superior à sua.
Outra das exigências são as 39 horas como carga horária máxima para todos os trabalhadores a partir de Janeiro do próximo ano, com o objectivo de atingir as 35 horas de trabalho semanal. Os trabalhadores reivindicam ainda o fim das pressões e assédio aos trabalhadores, assim como o fim dos elevadíssimos ritmos de trabalho. Os trabalhadores aspiram condições de saúde, higiene e segurança no trabalho, assim como fardamento apropriado e em quantidade. Também defendem o cumprimento do Contrato Colectivo de Trabalho e da lei, assim como o direito a 25 dias úteis de férias.
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