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Situação pode levar à retirada de trabalho dos estaleiros

Governo bloqueia modernização do Arsenal do Alfeite

Com uma adesão de cerca de 80% à greve realizada esta sexta-feira, os trabalhadores do Arsenal do Alfeite denunciam o «bloqueio imposto pelo Governo» à utilização de verbas próprias para o lançamento de concursos e obras urgentes para a sua modernização.

Trabalhadores do Arsenal do Alfeite concentrados no piquete de greve, 27 de Outubro de 2017
Créditos / União dos Sindicatos de Setúbal

Os trabalhadores do Arsenal do Alfeite aderiram à greve convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública e denunciaram a situação dos estaleiros.

Num comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (Steffas/CGTP-IN) explica que a proposta de Orçamento do Estado para 2018 «não liberta completamente o sector público dos garrotes impostos há anos pelas troikas e prevê que continuem a existir restrições orçamentais, plafonds e necessidade de autorizações superiores para gastos, admissões, etc. – precisamente o problema que coloca uma corda na garganta aos aumentos salariais e à progressão nas carreiras dos trabalhadores do Arsenal do Alfeite».

(...) ao que se vem juntar «o inexplicável e escandaloso bloqueio imposto pelo Governo à utilização pelo Arsenal do Alfeite de verbas (próprias e suficientes) para lançamento dos concursos e obras necessárias à urgente modernização do estaleiro»

comunicado do steffas

A situação, explica o comunicado, «também tem condicionado a necessária modernização do estaleiro», ao que se vem juntar «o inexplicável e escandaloso bloqueio imposto pelo Governo à utilização pelo Arsenal do Alfeite de verbas (próprias e suficientes) para lançamento dos concursos e obras necessárias à urgente modernização do estaleiro».

É destacada a necessidade da obra de «aumento do comprimento da doca seca», para que não fique «comprometida a capacidade de manutenção de toda a frota da Armada, sejam navios de superfície ou submarinos, o que pode levar à retirada de trabalho do Arsenal do Alfeite».

«A ampliação da doca seca permitirá ao Arsenal do Alfeite acolher em simultâneo um submarino e um navio de superfície. De outra forma, o que vai acontecer já em 2018, é que entra o submarino Arpão para manutenção e não entra mais nenhum navio da Marinha, ou então lá irá o submarino Arpão para a Alemanha - onde está agora o Tridente [em manutenção] -, com custos exorbitantes para o erário público», explicou Alexandre Plácido, dirigente do Steffas, durante o piquete de greve que concentrou esta manhã trabalhadores junto Portão Verde da Base Naval de Lisboa, em Almada.

O dirigente sindical informou que a greve registava uma «adesão de cerca de 80%» nos estaleiros do Arsenal do Alfeite e responsabilizou também o Governo pelo adiamento da entrada para reparação do navio hidrográfico Almirante Gago Coutinho, que estava prevista para o passado dia 20 de Outubro.

Acrescentou que a Marinha Portuguesa «também está preocupada com o atraso na construção das novas lanchas para a Autoridade Marítima Nacional, que se deve, em boa parte ou no seu todo, ao facto de ainda não haver autorização, por parte do Governo, para que o Arsenal adquira os motores para estas lanchas».

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