Uma greve, por sinal, já revela grande espírito de coragem por parte dos trabalhadores, e a dos trabalhadores não docentes na Área Metropolitana de Lisboa (AML) é mais uma prova dessa coragem, dada a pressão que lhes estava colocada. É precisamente por isso que a CGTP-IN lançou uma nota a enaltecer a crescente adesão à paralisação e os avanços já alcançados.
Os efeitos da greve são obrigatoriamente de destacar, já que houve 462 dias de negociações que espelham a falta de vontade por parte de algumas autarquias. Relativamente às condições de trabalho, a luta conseguiu condicionar a actuação da maioria das autarquias e direções dos Agrupamentos de Escolas, evitando mudanças radicais nos horários.
Regista-se então que a maioria das autarquias da AML e direções de escolas foram obrigadas a entregar a gestão dos espaços das escolas ocupadas pelos peregrinos aos responsáveis e voluntários da JMJ, sem realizar alterações significativas nos horários dos trabalhadores não docentes.
Apesar disto, as autarquias de Lisboa e Oeiras insistiram em modelos de presença de trabalhadores não docentes durante 24 horas por dia durante a JMJ. Por insistência do sindicato, apesar da Câmara Municipal de Lisboa ter insistido num horário de 12 horas, esse foi apenas atribuído aos trabalhadores que aceitassem realizar esse tipo de horário, sendo que a grande maioria recusou-se a fazê-lo.
Em Oeiras, a maioria das direções dos Agrupamentos de Escolas recusou-se a impor mudanças significativas nos horários dos trabalhadores não docentes, resultando em algumas escolas não conseguirem garantir a presença de um único trabalhador no período nocturno.
A greve iniciada em 31 de Julho está a registar grande adesão em diferentes escolas e municípios da Área Metropolitana de Lisboa, mas devido às dificuldades de circulação na região, a recolha de dados concretos, escola por escola, ainda não foi possível apurar.
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