A greve dos trabalhadores da Randstad que asseguram os serviços de call center da EDP, que decorre hoje e amanhã, regista até ao momento quase 100% de adesão. Ao mesmo tempo, centenas de trabalhadores estão concentrados em frente à sede da empresa.
Quanto aos dados da greve, a linha da microprodução está encerrada, assim como a Linha HC Espanha, a da mediatensão e a da servinet. A linha MO está com apenas três trabalhadores. A linha de atendimento está a funcionar apenas com quem está em formação.
Foram várias as intervenções de trabalhadores sobre a sua situação e as palavras de ordem gritadas pelos presentes. «EDP e Randstad fomentam a precariedade» era uma das frases mais ouvidas. Também interveio Manuel Correia, presidente do Sindicato das Indústrias Eléctricas – Sul e Ilhas (SIESI).
Desde 2012 que os trabalhadores reclamam um aumento de trinta euros mensais no vencimento, assim como o aumento do subsídio de alimentação para seis euros, também de forma a uniformizar as várias diferenças existentes (cinco euros, 5,25 euros, 5,40 euros, 5,75 euros e seis euros). Também reivindicam a aceleração da progressão nos escalões profissionais.
Segundo o sindicato, nas conversações que ocorrem desde o final de 2015, a Randstad sempre salientou que o único factor influente para a negociação do aumento salarial era o resultado da adjudicação do contrato com a EDP e, deste modo, a manutenção das operações nos Callcenters EDP. Tendo desde o ínicio rejeitado qualquer melhoria dos salários, veio recentemente, mesmo após a adjudicação do contrato com a EDP, apresentar a proposta de aumento de um euro por mês aos trabalhadores do último escalão e nove euros para os que estão no escalão intermédio, com um aumento de poucos cêntimos do subsídio de alimentação, que passará para os seis euros.
Os trabalhadores consideram-na insuficiente e, tendo em conta a sua reivindicação inicial (aumento salarial de trinta euros), passaram a reivindicar «trinta euros mais um» (sendo «um» o da proposta da administração). Em causa estão salários que vão desde o salário mínimo até aos 654 euros, no último escalão.
Representares dos trabalhadores em protesto propuseram ser recebidos hoje pela administração. Contudo, não obtiveram inicialmente uma resposta positiva: porque não estava presente nenhum administrador e porque não havia sala para reunir. Os trabalhadores, dispostos a permanecer no local, acabaram por ser recebidos, mas as suas reivindicações continuam a não ser atendidas. A greve continua e estende-se para amanha.
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