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Ignorando as «pressões», trabalhadores da CME não desistem da greve

Os trabalhadores da CME, empresa de construção e manutenção electromecânica, decidiram, em plenário, realizar uma greve durante o dia de amanhã, 13 de Maio, contra a repressão patronal e por aumentos salariais.

Tendo em conta o actual quadro de aumento significativo do custo de vida (de acordo com dados publicados hoje, 12 de Maio, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), dois terços da população portuguesa já está a perder poder de compra salarial), é «inconcebível» que a CME se tenha recusado a responder a qualquer dos ofícios entregues pelo sindicato.

O objectivo do Sindicato Das Indústrias Eléctricas Do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN) era abordar alguns dos problemas ligados às condições de trabalho na empresa, com cerca de mil trabalhadores, que nem sequer deu qualquer resposta sobre o caderno reivindicativo apresentado no início do ano.

A esta situação, acrescem as repetidas denúncias, por parte de vários trabalhadores, sobre as pressões que são exercidas pela CME para impedir que os trabalhadores adiram à greve, colocando vários «obstáculos à organização dos trabalhadores, constitucionalmente consagrada» na lei.

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Combate à precariedade nas empresas

Aumentam os casos de reintegração de trabalhadores

Depois da recente reintegração de duas trabalhadoras ilegalmente despedidas na Hanon Systems, em Palmela, o Sindicato das Indústrias Eléctricas Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN) informa da reintegração de um trabalhador da Exide, em Castanheira do Ribatejo, depois de decisão do tribunal.

Trabalhadores da Administração Pública têm lutado para que ninguém fique excluído do programa de regularização
CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

O SIESI informou, numa nota enviada às redacções, que um trabalhador ilegalmente despedido da Exide, antiga Tudor, foi reintegrado, no passado dia 1 de Setembro, depois de decisão do Tribunal da Relação de Lisboa. A decisão foi justificada pelo facto «de o trabalhador ocupar um posto de trabalho permanente, desempenhar uma função absolutamente necessária ao funcionamento normal e regular da empresa e responder directamente às orientações dadas pela Exide há vários anos».

A estrutura sindical refere que, para este processo, «revelou-se crucial a decisão, por parte do trabalhador, de enfrentar a empresa e, com o apoio do seu sindicato, o SIESI, avançar com a luta para repor a legalidade».

Na nota, o sindicato refere ainda que esta é a prova de que «a precariedade não é uma inevitabilidade e que, com a luta organizada, é possível contrariar este flagelo e afirmar a validade da reivindicação de que a cada posto de trabalho permanente deve corresponder um vínculo de trabalho efectivo», lembrando a campanha nacional contra a precariedade dinamizada pela CGTP-IN a decorrer de 2016 a 2020.

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O SIESI denuncia ainda «a tentativa de despedimento do delegado sindical recentemente eleito pelos trabalhadores», uma situação que o sindicato já está a acompanhar judicialmente.

Neste contexto, os trabalhadores definiram, em plenário, uma greve de 24h no dia 13 de Maio, exigindo: «o aumento geral dos salários e a aplicação de um salário mínimo na empresa nos 900 euros; a eliminação das discriminações e o respeito pelo princípio de que a «trabalho igual, deve corresponder salário igual»; o aumento do subsídio de alimentação para os nove euros diários; uma resposta da entidade patronal ao caderno reivindicativo e a imediata anulação do despedimento do delegado sindical, em respeito pela liberdade sindical».

Os trabalhadores, com o apoio do SIESE, vão realizar duas concentrações durante o dia de greve, uma às 7h, em frente ao estaleiro de Carnaxide e outra às 10h, em frente à sede da empresa no Lagoas Park, em Oeiras. Um dos principais clientes da CME é a EDP.

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