Em declarações aos jornalistas, Fernando Jorge, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), referiu que a manifestação de hoje, diante do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) , local da cerimónia de abertura do ano judicial, era um protesto contra a falta de diálogo e de negociação por parte do Ministério da Justiça.
«Mão de obra escrava na justiça? Não!», «Privatização na justiça, não!» e «Ganho menos agora do que há 10 anos» foram alguns dos cartazes visíveis nesta manifestação de funcionários judiciários.
O sindicato pretende que a ministra da Justiça retome as negociações sobre a revisão do estatuto onde estão contempladas matérias relativas à progressão na carreira, tabela remuneratória, aposentação e vínculo de nomeação.
Segundo Fernando Jorge, a manifestação, que reuniu funcionários judiciais de todos o País, com excepção da Madeira e dos Açores, visa também protestar contra a falta de pessoal e o congelamento de promoções para lugares que estão por preencher.
As negociações com o Governo foram suspensas a 30 de Maio, sem ter havido qualquer deste sobre o estatuto. Contudo, Fernando Jorge referiu que houve uma reunião a 18 de Dezembro, já após as greves de Novembro, com a ministra da Justiça, a qual se comprometeu a apresentar uma proposta sobre o estatuto, o que até agora não aconteceu.
Por outro lado, o dirigente sindical lembrou que existe uma calendarização de protestos até final do mês de Janeiro, entre os quais a greve parcial em curso, mas afirmou esperar que o Ministério da Justiça diga «alguma coisa» até essa data sobre a revisão do estatuto.
«Se o Ministério da Justiça entregar uma proposta escrita e aceitável até lá, admitimos suspender a greve», declarou Fernando Jorge, à semelhança com o que hoje sucedeu com a Associação Sindical dos Juízes Portugueses, que suspendeu um dia de protesto previsto para este mês após ter recebido uma proposta do Governo.
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