A paralisação em curso, que contou com uma concentração de protesto esta manhã no Campus da Justiça, em Lisboa, foi convocada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), no seguimento de mais um incumprimento por parte do Governo daquilo que foi acordo com os oficiais da Justiça.
Em declarações à RTP, António Albuquerque, dirigente do SFJ, afirmou que a greve está a registar «uma adesão entre dos 80% e 90%», o que obrigou ao fecho de múltiplos tribunais e serviços.
«Hoje os oficiais de justiça voltaram a demonstrar a enorme revolta que sentem ao longo dos últimos tempos, pela forma como têm sido tratados pelo Governo, que não lhes reconhece uma carreira digna e que não lhes reconhece o valor que colocam todos os dias no seu trabalho», acrescentou.
A greve nacional alternada de cinco dias, marcada para hoje e 28 de Junho, bem como os dias 2, 4 e 12 de Julho, visa contestar a forma como o Governo vai integrar um suplemento de 10% no ordenado dos funcionários, os quais consideram que tal vai levar a «uma redução efectiva do vencimento».
Em causa neste protesto está o Decreto-Lei de Execução Orçamental de 2019 que integra o suplemento à revelia das reivindicações dos funcionários. Segundo o novo diploma do Executivo, o valor passa a ser dividido 11 vezes pelos 14 salários auferidos, em vez das 14 pagamentos.
É ainda explicado que a greve está relacionada com a persistência «por parte do Ministério da Justiça em não cumprir com aquilo que se comprometeu com os oficiais de justiça», como por exemplo o reforço do pessoal e a revisão da tabela salarial, tendo a não integração total do suplemento sido «a última gota de água».
Por sua vez, Fernando Jorge, presidente do SFJ, afirmou esperar que na próxima reunião de quinta-feira «o Governo diga que teve uma reflexão e que, numa atitude de bom senso, decidiu aplicar o mesmo critério que aplicou aos juízes e aos procuradores da República, tratando por igual todos aqueles que trabalham nos tribunais».
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