|Mitsubishi Fuso

Trabalhadores que não aceitaram proposta de mudança de horário são impedidos de entrar

Mitsubishi Fuso fecha fábrica a trabalhadores

Os trabalhadores da Mitsubishi Fuso, localizada no Tramagal, concelho de Abrantes, estão concentrados esta sexta-feira à porta da fábrica em protesto. Em causa está a imposição de um horário de trabalho desregulado e o fecho da fábrica aos trabalhadores que não aderiram.

Operários trabalham na nova linha de montagem do camião eléctrico Mitsubishi Ecanter, no Tramagal, concelho de Abrantes. Foto de arquivo
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Os trabalhadores da Mitsubishi Fuso estão, pela terceira vez, em protesto contra o fecho das portas da fábrica aos 70 operários que se recusaram a aderir ao Mecanismo de Ajustamento ao Planeamento da Produção (MAPP).

A acção é organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA/CGTP-IN).

Em declarações ao AbrilAbril, Navalha Garcia, coordenador do SITE CSRA, afirmou que a acção decorre da aplicação do MAPP, um mecanismo criado pela administração para compensar os dias em que a fábrica não produz.

«Em Janeiro, todas as sextas-feiras são dias para dar para o MAPP e os trabalhadores ficam em casa, sendo chamados pela empresa quando esta bem entender», afirmou Navalha. No entanto, «a lei estabelece que a adaptabilidade individual precisa do acordo do trabalhador», acrescentou.

Neste caso, «um universo de 70, no seu direito, decidiram não aceitar e apresentaram-se para trabalhar habitualmente, conforme está no contrato, mas foi-lhes barrada a entrada nos portões por ordem da administração».

Imposição ilegal

Para o dirigente do SITE CSRA, este acto é «uma ilegalidade» por vários motivos: «os trabalhadores não aceitaram a mudança, impede-os de aceder ao seu posto de trabalho e os horários em causa não estão regulamentados».

«O que está em causa é um aumento da carga horária, a limitação do tempo de descanso dos trabalhadores, e a redução do tempo com as suas famílias, colocando-os a laborar aos sábados e sem a remuneração respectiva que a lei estabelece», afirmou.

Segundo Navalha Garcia, o SITE «já envolveu a Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT), por forma a alterar esta situação», e disse querer «envolver o Ministério do Trabalho neste conflito para que o mesmo seja resolvido rapidamente».

A ACT, acrescentou, «já foi notificada para intervir e a GNR tomou conta do impedimento de entrada dos trabalhadores ao serviço», tendo feito notar que, «nos próximos dias, serão discutidas outras formas de luta».


Com agência Lusa

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