Num contexto em que o aumento de tráfego nas auto-estradas é exponencial neste período – pelos turistas que visitam o país, pelo regresso de emigrantes ou pelo turismo interno – o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Serviços e Escritórios de Portugal (CESP) denuncia os problemas acrescidos para os trabalhadores e utentes.
Apesar das duas distribuições de dividendos já realizadas este ano pelo Grupo Brisa, o CESP denuncia a degradação do serviço.
O sindicato acusa a empresa de uma política de redução de pessoal, ausência de contratações (para fazer face ao aumento de tráfego, períodos de férias, baixas) e aumento da carga de trabalho sobre os restantes trabalhadores. Denuncia ainda que a Brisa «despede de forma encapotada e transfere de forma ilegal trabalhadores das portagens para desviar mecânicos da assistência rodoviária para estas funções».
O que significam estes procedimentos da Brisa para os utentes e os trabalhadores?
Quanto aos utentes, em caso de necessidade de assistência nas auto-estradas (avaria, acidente, obstáculo na via, etc.), os tempos de resposta são mais elevados, tendo implicação directa na segurança da circulação das auto-estradas, refere o CESP.
O pagamento da portagem fica cada vez mais difícil para «forçar os clientes a aderirem a sistemas alternativos de cobrança». A introdução de máquinas de pagamento, que têm revelado vários problemas, e a redução de trabalhadores, coloca muitas vezes o utente em maior tempo de espera para a sua resolução. Existem portagens sem trabalhadores, onde perante qualquer necessidade de apoio o utente é reencaminhado para um call center, em que a capacidade para a resolução pode ser menor e mais demorada.
Como consequência, pode haver filas, utentes nas bermas sem assistência, utentes em algumas portagens sem forma de resolver os problemas ou de obter informações.
Quanto aos trabalhadores, este contexto, alerta o comunicado do CESP, leva ao incumprimento do Acordo Colectivo de Trabalho, com a alteração ilegal de funções. Provoca ainda «a degradação das condições de trabalho» fruto da sobrecarga – impossibilidade de período de refeição ou de pausas, transferências e deslocações abusivas, alterações de escala. Ocorre «a redução de postos de trabalho essenciais» para a prestação normal do serviço concessionado.
O sindicato também alerta para o stress laboral perante a sobrecarga de trabalho, fruto do aumento das distâncias percorridas, das trocas de horário ou do isolamento.
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