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Novadis: quem recusa negociar opta pela greve

A greve, nos dias 15, 16 e 21 de Dezembro de 2022, é a única resposta possível para com uma administração que se recusa a negociar, sob pretexto de já o ter feito com a UGT, sem a aprovação dos trabalhadores.

Concentração dos trabalhadores da Novadis, em dia de greve 
Créditos / SINTAB

O caderno reivindicativo dos trabalhadores da Novadis, empresa de distribuição de cervejas detida pelo grupo Heineken, foi construído através dos contributos de vários plenários realizados em diversos estabelecimentos da empresa por todo o país, realça o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN).

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Fim da discriminação salarial na Novadis

Ao fim de dois anos de luta, os trabalhadores da Novadis impuseram o fim da discriminação salarial geográfica entre os motoristas de distribuição de bebidas em todo o País.

Créditos / Sintab

Segundo o comunicado do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN), após «uma postura reivindicativa exemplar, com acções de protesto e denúncia», a administração da empresa corrigiu a diferenciação salarial entre os trabalhadores de Lisboa e Algarve e do restante País, resultando, na maioria dos casos, um «ajuste salarial positivo de cerca de 200 euros».

Motoristas, ajudantes e operadores de armazém encetaram em 2019 um processo reivindicativo que visa, além do combate à discriminação salarial geográfica e a oposição ao regime de banco de horas, a sua integração nos quadros da SCC Heineken, a empresa mãe detentora da totalidade da Novadis, e passarem a ser abrangidos pelo seu Acordo de Empresa.

O SINTAB sublinha ainda que, da luta desenvolvida nos diversos «estabelecimentos da empresa pelo país fora», resultou um elevado índice de sindicalização dos trabalhadores.

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As principais reivindicações, na Novadis, recaem sobre um aumento salarial de 10% em todos os salários, com a «garantia de um aumento mínimo de 120 euros», assim como a «melhoria do subsídio de alimentação» e a «conciliação da actividade profissional com a vida pessoal».

A única resposta que a empresa soube dar foi a recusa, total, de negociar qualquer um dos pontos apresentados pelos trabalhadores, remetendo as negociações para o acordo de contratação colectiva que a Associação de Empregadores do Sector, integrada pela Novadis, assinou com a UGT. Embora verse sobre os trabalhadores, este acordo não contou com a sua aprovação.

Assim, existindo uma vincada recusa do patronato em discutir as reivindicações dos trabalhadores com os seus representantes sindicais, nomeadamente o SINTAB, a Novadis vai enfrentar uma greve nos próximos dias 15, 16, e 21 de Dezembro de 2022, contra a postura anti-negocial da empresa.

Para o dia 21, está também agendada uma concentração em frente às instalações do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa, onde decorrerá a reunião de prevenção de conflitos pedida pelo SINTAB à Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

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