O Sindicato da Hotelaria do Algarve promoveu hoje uma concentração em frente ao Hotel Crowne Plaza Vilamoura, no concelho de Loulé, «em solidariedade com a luta dos trabalhadores pelo aumento dos salários, o pagamento do trabalho suplementar em dívida e o fim da repressão».
A administração do Hotel Crowne Plaza Vilamoura decidiu instaurar processos disciplinares — segundo o sindicato com intenção de despedimento — ao dirigente, ao delegado sindical e a uma trabalhadora, pela sua participação numa acção de denúncia pública junto ao hotel no dia 24 de Março, juntamente com outros trabalhadores, «para denunciar aos clientes a degradação dos salários e o aumento da repressão».
Segundo o comunicado do sindicato, «com estes processos disciplinares o que a administração pretende é limitar a organização sindical e a luta dos trabalhadores dentro do hotel, sem a qual não teria sido possível os 25 dias úteis de férias, o pagamento dos feriados a 200% e o restante trabalho suplementar como está consagrado no nosso Contrato Colectivo de Trabalho». Exige assim «a retirada imediata dos processos disciplinares em curso, sob pena de o sindicato vir a intensificar as acções de luta em curso».
Recentemente, foi entregue à administração uma moção aprovada em plenário de trabalhadores e um abaixo-assinado subscrito por 89 trabalhadores do hotel, em solidariedade com os colegas, exigindo que a administração retire os processos disciplinares e a apoiar todas as acções que o sindicato venha a desenvolver.
Segundo esta moção, os salários da maioria dos trabalhadores não são actualizados há cerca de 8 anos, o trabalho não pago aumentou, quer seja por via da utilização dos estágios, quer seja pelo não pagamento do trabalho suplementar, e a precariedade é cada vez maior com o recurso à contratação a termo e ao trabalho temporário.
O Sindicato da Hotelaria do Algarve também entregou, esta tarde, à Associação dos Industriais Hoteleiros, Restauração e Bebidas, um abaixo-assinado «pelo aumento dos salários sem a retirada de direitos». Desde Janeiro deste ano, e pelo segundo ano consecutivo, que foram acordadas novas tabelas salariais, mas segundo o sindicato, «a associação patronal quer, em troca do aumento salarial, que os trabalhadores passem trabalhar mais de 8 horas por dia, sem receber a mais por isso, entre outras matérias».
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