A empresa de Vila Nova de Gaia despediu quase 100 trabalhadores sem qualquer aviso prévio. A lista com 98 nomes foi afixada na cantina, ao final da tarde de sexta-feira, a informar que na segunda-feira seguinte já não precisavam de ir trabalhar.
Os operários da Tegopi, empresa de fabrico de torres eólicas, a funcionar há mais de 60 anos, não escondem a revolta: «Não é assim que se faz», lamentou Adão Ferreira, porta-voz da Comissão de Trabalhadores e membro da Direcção do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN).
Além disso, para o representante dos funcionários, trata-se de um «ataque severo às estruturas representativas dos trabalhadores». Isto porque despediram os três membros da Comissão Sindical e, dos cinco membros da Comissão de Trabalhadores, só fica um.
Mesmo sabendo que a empresa estava a passar por problemas financeiros, tendo já sido decretada a insolvência pelo tribunal, esta decisão apanhou os trabalhadores de surpresa, uma vez que existia um processo especial de revitalização (PER) em curso.
Os trabalhadores aguardam agora esclarecimentos da parte da empresa, até porque existem salários em atraso, revela o sindicato. Amanhã realizar-se-á uma assembleia de credores na qual será apresentado um plano de recuperação.
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