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Schnellecke despede trabalhadores que recebem mais do que o salário mínimo

A Schnellecke não está a reestruturar a empresa por dificuldades financeiras, está, isso sim, «a perseguir cirurgicamente os trabalhadores que lutam por melhores condições de trabalho», denuncia o SITE Norte.

Schnellecke Logistics 
Créditos / eurotransport.de

A Schnellecke Logistics, empresa multinacional da área da mercadoria e transportes, que opera nas instalações da Continental Mabor em Lousado, Vila Nova de Famalicão, deu, recentemente, início a um despedimento colectivo de 12 trabalhadores, alerta, em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN).

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Greve na Schnellecke contra discriminações e precariedade

Os trabalhadores da Schnellecke Logistics Portugal, a trabalhar nos Armazéns de Produto Acabado da Continental Mabor, cumprem três dias de greve para exigir o fim das diferenças salariais.

Créditos / facebook

A greve dos trabalhadores desta empresa de logística começou esta quinta e sexta-feira e termina no domingo, tendo contado com várias concentrações de protesto à porta das instalações em Lousado, Vila Nova de Famalicão.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN) explica que os trabalhadores dão assim seguimento à luta pelo caderno reivindicativo, tendo como objectivos principais a concretização de aumentos salariais de 50 euros para os manobradores de máquinas e categorias superiores, de 70 euros para os operadores de carga e a valorização do trabalho ao fim-de-semana.

Exigem ainda a melhoria das condições de trabalho e a efectivação do vínculo laboral de todos os trabalhadores com contrato a termo.

Estes trabalhadores têm lutado, ao longo dos últimos anos, para acabar com as diferenças contratuais que existiam. Contudo, confrontam-se agora com a intenção da empresa em «cavar um fosso salarial ainda maior».

Os trabalhadores propõem que essa diferença salarial seja diminuída, pela via de um aumento salarial superior para todos os trabalhadores com salários mais baixos.

«Actualmente assiste-se a uma degradação das relações laborais, com uma constante pressão junto dos trabalhadores para aumentarem a carga e os ritmos de trabalho, muito para além do que é aceitável», pode ler-se na nota.

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Curiosamente, os 12 trabalhadores visados, «como assume a própria empresa, são trabalhadores que têm salários acima do salário mínimo, fruto da luta que desenvolveram no passado e de negociações com as empresas que antecederam esta».

«Na prática, o que a Schnellecke pretende, é despedir para manter uma estratégia de precarizar as relações de trabalho e baixar salários para os mínimos legais». Aliás, a substituição imediata dos trabalhadores que enfrentam a tentativa de despedimento por trabalhadores temporários «demonstra bem, a intenção e o carácter deste despedimento».

O objectivo é manter os lucros, pagando menos salário aos principais responsáveis pelo aumento desses mesmo lucros: os trabalhadores. Em Famalicão, onde a empresa pretende realizar o despedimento colectivo, a Schnellecke está instalada no parque industrial gerido pela Continental Mabor.

Para não destoar daquela que é já uma prática institucionalizada do mundo empresarial português, a empresa alega estar a passar por dificuldades financeiras, «o que não deixa de ser caricato tendo em conta que esta opera nas instalações, e para a Continental Mabor, que tem mantido, apesar dos condicionamentos dos últimos anos no sector, níveis altos de produção e lucro».

A Schnellecke «instrumentaliza» a legislação em vigor no Estado de Direito para perseguir os seus próprios trabalhadores. Como tal, o SITE Norte avisa que a empresa terá de enfrentar a resistência e a luta dos visados e de todos os que com eles se solidarizam. O informa já estar a acompanhar, a organizar e a defender os trabalhadores afectados, condenando «veementemente esta acção persecutória por parte de uma empresa multinacional».

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