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Negociações duram há 16 meses, sem acordo à vista

Quinzena de luta na grande distribuição

Os trabalhadores da grande distribuição avançaram com uma quinzena de protestos, entre 9 e 20 de Abril, em resposta ao arrastamento das negociações. O aumento dos salários está a ser bloqueado pelos patrões, que exigem perda de direitos e a aceitação do banco de horas.

Segundo o CESP, cerca de 40% dos trabalhadores do sector recebem salários inferiores a 600 euros e 80% abaixo dos 640 euros
Créditos / AbrilAbril

A decisão, tomada em plenário nacional, realizado na sexta-feira, foi anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN). 

Dando seguimento à contestação que já contou com várias greves, de que são exemplo as que ocorreram no Natal, foram convocados novos protestos com várias concentrações e greves para a Páscoa, de 9 e 20 de Abril. Outra data avançada é o 1.º de Maio, «com uma grande luta do sector» ainda por definir.

Os trabalhadores contestam o impasse em torno das negociações para a revisão do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) no sector, abrangendo mais de 100 mil trabalhadores e que duram há mais de 16 meses. O CESP calcula que a ausência de actualização salarial já custou 3831 euros aos trabalhadores. 

Estes exigem o aumento geral dos salários, de forma a repor o poder de compra perdido desde 2010, o fim da tabela B, que prevê menos 40 euros de salário em todos os distritos excepto Lisboa, Porto e Setúbal, e a progressão automática dos operadores de armazém até ao nível de especializado.

Os patrões, representados pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), apesar dos elevados lucros, insistem na redução do valor pago pelo trabalho suplementar e em dia de feriado. Outra exigência patronal a troco dos aumentos é a introdução do banco de horas no CCT, dando força à crescente desregulação de horários.

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