|Falsos Recibos Verdes

Serralves: 1800 subscritores pela regularização dos vínculos

Cerca de 1800 pessoas subscreveram um abaixo-assinado, ainda a decorrer, promovido pela equipa de educadores da Fundação de Serralves, pela regularização dos 21 falsos recibos verdes.

Segundo os educadores, num comunicado divulgado, entre os que «em menos de 24 horas» subscreveram a Carta Aberta ao Conselho de Administração de Serralves encontram-se «figuras de relevo nacional, de áreas tão diversas como a política, a educação, a investigação, as artes, o design, a fotografia, o cinema, a gestão e programação cultural, a edição, a indústria, a gestão, o jornalismo, a geografia, a arqueologia, a história de arte, a saúde, entre muitas outras».

A equipa de educadores do Serviço Educativo e Artes explica que decidiu lançar o abaixo-assinado, «num gesto simbólico de apelar ao apoio e consciência de todos os que prezam a cultura», na sequência das audições parlamentares conjuntas das comissões de Cultura e de Trabalho e Segurança Social, sobre a situação dos trabalhadores com vínculo precário da Fundação de Serralves, situada no Porto, que decorreram em Setembro.

A inspectora-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), Luísa Guimarães, revelou na semana passada, numa audição no parlamento, que aquele organismo detectou indícios de 21 trabalhadores a falsos recibos verdes no Serviço Educativo Artes da Fundação de Serralves.

Horas depois, numa outra audição, a presidente do Conselho de Administração da Fundação de Serralves, Ana Pinho, defendeu que aqueles trabalhadores são «verdadeiros prestadores de serviços» e disse que vai deixar a decisão sobre este assunto para os tribunais.

Na semana anterior, também numa audição parlamentar, representantes dos trabalhadores de Serralves expuseram condições laborais que denunciam precariedade, lamentaram a situação de «abandono» durante o surto epidémico e criticaram a ausência oficial de respostas, tanto do Ministério da Cultura como da representante do Estado na administração da fundação Isabel Pires de Lima.

No abaixo-assinado, dirigido aos oito elementos do Conselho de Administração da fundação, os subscritores, defendendo que a «posição da administração» em relação à conclusão da ACT, «envergonha a cidade e o País», juntam-se à exigência dos educadores do Serviço Educativo e Artes «para que a Administração da Fundação de Serralves cumpra a lei, regularizando as situações de irregularidades laborais identificadas pela ACT».

A Fundação Serralves tem até hoje para regularizar a situação de dez trabalhadores que iniciaram funções entre 1999 e 2016, e de 11 que iniciaram funções em 2017 e até Março deste ano, respectivamente.


Com agência Lusa

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