Na sequência de três processos disciplinares no prazo 14 meses, um trabalhador do grupo Transportes Nogueira, em Vila Nova de Famalicão, protesta à porta da empresa, depois de lhe ter sido aplicada nova sanção de 20 dias.
Segundo um comunicado da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), este acontecimento reflecte «o clima de pressão sobre os trabalhadores de uma empresa que não cumpre o estipulado no Contrato Colectivo de Trabalho do sector, motivo pelo qual os trabalhadores desenvolveram uma luta prolongada no ano passado, pela sua defesa e contra a repressão laboral».
Decorrido um ano da denúncia pública feita pela Fectrans sobre os procedimentos da empresa perante os seus motoristas, a estrutura sindical afirma que «o número de situações de conflitualidade entre a administração da empresa e os trabalhadores que lutaram tem aumentado e tem sido uma constante».
Dão como exemplo «a tentativa de despedimento de um motorista por fazer valer os seus direitos; o levantamento de notas de culpa por situações de imposição de serviços não compatíveis quer na definição, quer nas responsabilidades não correspondentes às funções de motorista; a redução de trabalho de forma a terem motoristas que nem sequer fazem o horário normal de trabalho e a discriminação na escolha para frequência nos cursos de formação e reciclagem».
O trabalhador que está à porta da empresa em protesto é motorista há 25 anos, sendo, segundo a Fectrans, «um trabalhador exemplar e zeloso». No entanto, nos últimos 14 meses já teve necessidade de responder a três notas de culpa tendo na terceira sido atribuída uma pena de 20 dias sem vencimento.
A Fectrans promoveu um pré-aviso de greve para dia 27 de Julho, em solidariedade com a situação do trabalhador e contra a pressão psicológica e o assédio moral, tendo também como objectivo a defesa do Contrato Colectivo de Trabalho e a aplicação dos direitos nele consagrado. A União de Sindicatos de Braga também enviou uma nota à imprensa de solidariedade com o trabalhador.
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