O pré-acordo laboral que estava em cima da mesa foi rejeitado pelos trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, na sequência dos plenários realizados a 13 e 14 de Maio e do referendo da passada sexta-feira.
Veja-se que, de um universo de 5200 trabalhadores, votaram 4071 (78,1%), e destes pronunciaram-se pelo «não» 84,2%, ou seja, 3426 funcionários.
Assim, para o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul / CGTP-IN), «a decisão dos trabalhadores é soberana e deve ser respeitada». E acrescenta que este resultado vem confirmar o que sindicato já reivindicava, isto é, «um aumento real dos salários com retroactivos a Janeiro», o que não deveria ser trocado por um prémio.
Neste sentido, e tendo em conta a opção massiva e clara dos trabalhadores, o sindicato exige que sejam retomadas as negociações por forma alcançar-se um acordo que dê resposta às suas reivindicações e aspirações.
Recorde-se que o pré-acordo laboral agora rejeitado, nos termos acordados entre a comissão de trabalhadores e administração, previa a substituição de aumentos em 2021 por um prémio de 500 euros e aumentos salariais de 1,7% em 2022 e 1,2% em 2023. Para além disso, o aumento salarial mínimo seria de 25 euros para os salários mais baixos.
A negociação ocorre num momento em que a empresa vive uma situação muito favorável, uma vez que, pese embora a produção tenha recuado 25% em 2020, o ano passado foi o terceiro ano mais produtivo de sempre. E, em 2019, registou-se o melhor ano da história da fábrica.
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