Proposta de acordo de empresa tem evoluído mas mantêm-se questões «inaceitáveis» para os trabalhadores

Trabalhadores da CarrisBus convocam greve para 23 de Junho

Na resolução saída do plenário geral realizado esta segunda-feira, os trabalhadores da CarrisBus reclamam alterações ao acordo de empresa proposto pela administração e pela autarquia, e convocam greve para o dia 23 de Junho.

Os trabalhadores lutam pela plena integração na Carris e pelo fim da precariedade laboral
Créditos / CarrisBus

O plenário foi realizado na Praça do Município, em Lisboa, durante a greve de cinco horas que os trabalhadores realizaram e que, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), teve uma adesão de mais de 85%. No próximo dia 23, voltam a realizar um plenário geral com o objectivo de «avaliar» o ponto de situação referente ao acordo de empresa.

As negociações tiveram início desde que foi transferida a propriedade da Carris para a Câmara de Lisboa. Em causa está a implementação de um acordo de empresa provisório até que os trabalhadores da CarrisBus sejam definitivamente integrados na Carris. 

Depois de uma primeira proposta, que consagrava «a precariedade como norma», os trabalhadores valorizam «as formas de luta que têm levado a cabo» e que «criaram condições» para que a autarquia e a administração da empresa abandonassem medidas penalizadoras para os trabalhadores, como os «horários fraccionados e bancos de horas, com jornadas de trabalho que poderiam ir até às 60 horas semanais». E, por outro lado, que tenham assumido o «direito ao transporte dos trabalhadores da CarrisBus, nos mesmos termos do existente para os trabalhadores da Carris, a partir do dia 1 de Julho». 

Apesar de a reformulação conter aspectos «susceptíveis de aproximação de posições das partes», designadamente a redução do horário de trabalho, os trabalhadores denunciam a persistência de um conjunto de «matérias inaceitáveis» e apelam ao município e à administração da CarrisBus que mostrem disponibilidade para assinar, ainda este mês, um acordo de empresa com as alterações sugeridas pelos trabalhadores desde a última proposta apresentada

De entre as reivindicações, destacam a inclusão do direito ao transporte nos termos já negociados entre as partes, o cumprimento de ordens e determinações de acordo com as enquadradas nas suas definições de funções, a regulamentação dos contratos a termo e do trabalho nocturno. 

Os trabalhadores reiteram que este deverá ser um processo transitório até «à sua plena integração na Carris» e mais uma vez solicitam uma reunião ao presidente Fernando Medina para discutir esta integração.

Desde o início do ano, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) já dirigiu três pedidos a Medina para uma reunião – a 9 de Janeiro, a 17 de Fevereiro e a 23 de Março –, sem qualquer resposta.

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