O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN) acusa a administração da empresa de aproveitar-se «da fragilidade dos trabalhadores, na sua maioria, oriundos de países de Leste e asiáticos», com vencimentos iguais ao salário mínimo nacional, para impor que continuem a fazer «trabalho suplementar não retribuído, oferecendo lucros fáceis a patrões sem escrúpulos».
Segundo o sindicato, a administração da Marinhave está a chamar os trabalhadores sindicalizados no Sintab, «um a um, fechando-os isolados numa sala, a fim de assinarem um aditamento ao contrato de trabalho, que permita à empresa, junto das autoridades competentes, demonstrar que os trabalhadores aceitaram trabalhar a mais, com desregulamentação total dos horários de trabalho e sem receberem mais nada por isso». A estrutura sindical considera que se está perante uma situação de coacção e assédio moral.
Denuncia ainda que, quando o trabalhador cede e assina o aditamento, a administração também impõe a inscrição no sindicato da UGT.
O Sintab acrescenta que, enquanto os trabalhadores não assinam o documento, são alvo de várias ameaças, dando exemplos do que lhes é dito – «não te pago salários durante 45 dias», «não irás gozar férias a não ser quando eu quiser», «se não trabalhas tu como eu quero, há mais quem queira». Denuncia ainda que, quando o trabalhador cede e assina o aditamento, a administração também impõe a inscrição no sindicato da UGT, acrescentando que, desta forma, «os trabalhadores são privados de vários direitos, já que a convenção colectiva assinada por esta confederação obriga ao trabalho em regime de adaptabilidade e de banco de horas, sem qualquer contrapartida para os trabalhadores».
A situação já foi comunicada pelo Sintab à Autoridade para as Condições de Trabalho de Santarém, que se disponibilizou a ir a esta empresa que, localizada no concelho de Benavente, se dedica à produção de patos.
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