O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN(CGTP-IN), Orlando Gonçalves, disse à Lusa que a não aplicação dos acordos colectivos de trabalho (ACT) resulta em «inadmissíveis e surreais situações de discriminação», tanto em termos salariais como de horários de trabalho e de carreira.
«Os ACT aplicam-se em todos os hospitais do País, menos no de Braga. Há mais de um ano que andamos nesta luta, mas o Governo insiste neste braço-de-ferro, continua a adiar, a empurrar com a barriga», criticou.
O Hospital de Braga foi gerido pelo Grupo Mello Saúde até 31 de Agosto de 2019, data a partir da qual a gestão passou para a esfera pública.
«Estamos desde essa altura à espera da aplicação dos ACT mas, até à data, nada. Em Abril, foi-nos apresentada uma proposta de adesão, manifestámos o nosso acordo, mas o impasse mantém-se, com manifesto prejuízo dos trabalhadores», apontou Orlando Gonçalves.
Segundo o sindicalista, em causa estão cerca de 800 trabalhadores das carreiras gerais, sobretudo assistentes operacionais, mas também assistentes técnicos.
Orlando Gonçalves disse que estes trabalhadores cumprem 40 horas, não têm direito à carreira e ganham menos do que aqueles que entretanto ingressaram no Hospital de Braga.
«Há assistentes técnicos com mais de dez anos de casa que estão a ganhar 645 euros, quando os que entraram depois da mudança da gestão já ganham 693. São situações injustas, surreais, inadmissíveis», sublinhou.
Segundo o sindicato, a greve de hoje regista uma adesão superior a 90 por cento.
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