|Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos

Trabalhadores exigem o reforço da Caixa pública

O sindicato defende, em comunicado, a importância da continuidade da CGD como um banco público, apontando várias críticas à administração e aos «erros de gestão».

A Caixa Geral de Depósito é o único banco em Portugal que tem o Estado como único accionista
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O Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (Sintaf) afirma, num comunicado dedicado a tema da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que a associação das questões ligadas à recapitalização e à nova administração facilita «a ingerência das instituições europeias», para além de gerar «descréditos enfraquecedores do banco público e dinamizadores de processo tendente à sua privatização».

O Sintaf critica a «política de nomeação» dos administradores, que se mantém com o actual Governo: «alguns sem qualquer experiência de gestão bancária, mas todos com currículos de bom serviço prestado aos interesses do capital». Se vários vêm do BPI, cuja administração «sempre advogou a privatização da CGD», outros nomes são oriundos de empresas que já têm negócios com o banco público, como é o caso da Sonae, da Renova, da Unicer e da Fundação Champalimaud, entre outras.

Denuncia igualmente as elevadas remunerações da nova administração. António Domingues, próximo presidente da Caixa, que «por 27 anos de serviço e 59 de idade o gestor auferirá 100% do vencimento mensal de administrador do BPI para acumular com a choruda remuneração da CGD».

Alguns dos problemas na gestão da instituição bancária são também identificados neste comunicado, como a assunção de perdas do BPN a partir de 2008. Também são referidas a tomada de participações prejudiciais (na PT e no BCP) e a venda de empresas e participações lucrativas (como a Caixa Seguros e as participações na EDP, na ZON e na Cimpor, entre outras).

São também apresentados alguns dados que, para o sindicato, reforçam a importância de o banco continuar 100% público: concedeu em 2015 cerca de 22%, a maior percentagem, de todo o crédito às empresas e às famílias de toda a banca; em 2015 aumentou o número de depósitos, em relação a 2014; na primeira década deste século «a CGD entregou ao Estado 2400 milhões de euros em dividendos e 1250 milhões de euros em impostos», valores que nenhum outro banco pagou.

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