Meia centena de trabalhadores da Soares da Costa protestaram esta quarta-feira, à porta do Tribunal do Comércio de Gaia, contra o arrastamento do processo e do pagamento dos salários em atraso.
A situação prolonga-se desde 2016, com consequências dramáticas para a vida de quem não recebe aquilo que lhe é devido, levando mais de 700 trabalhadores a suspenderem os contratos de trabalho, face aos salários em atraso, que variam entre um e dois anos no total.
Agora, três meses depois da homologação do plano de revitalização da empresa (PER), mais de nove meses após o chumbo do plano inicial, esta ainda não pagou os quase dez milhões de euros de salários em atraso. De acordo com o PER, a empresa tinha 90 dias para regularizar a situação de dívida para com os trabalhadores mas o prazo terminava a 19 de Maio.
A administração afirma que está a tentar resolver o problema e, depois da questão dos processos de impugnação levantados por vários credores, alega que o entrave são dificuldades em transferir dinheiro vindo de Angola.
A justificação não convence os trabalhadores, que acusam a administração de estar a matar a empresa, «que poderia ser lucrativa», e pedem a intervenção do Governo para garantir «justiça».
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, presente no protesto, afirmou que a situação «merece um esforço de todos sem excepção, sobretudo do Ministério da Economia» e do Governo, que têm «a resposabilidade de arranjar formas de garantir os salários e o funcionamento desta empresa com História, que tem imenso potencial e não pode definhar».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui