Situações identificadas nos concelhos de Beja, Alvito, Ferreira do Alentejo, Vidigueira e Arronches

Alentejo: explorações agrícolas destroem património arqueológico

A Direcção Regional de Cultura do Alentejo está a desenvolver acções de prevenção e de sensibilização para combater a destruição de património arqueológico provocado por plantações extensivas em diversos campos agrícolas daquela região.

A 31 de Agosto do ano passado, a DRCAlen apresentou uma queixa-crime contra a empresa De Prado Portugal, com pedido de suspensão imediata dos trabalhos
Créditos / Rádio Campanario

Num comunicado enviado às redacções, esta quinta-feira, a Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen) recorda que têm vindo a ocorrer no Alentejo, com particular incidência no distrito de Beja, casos de «destruições» de património arqueológico ocasionadas por plantações extensivas de espécies de crescimento rápido, como o olival e o amendoal.

De acordo com a DRCAlen, estas «afectações ou destruições» de sítios arqueológicos têm ocorrido em várias explorações agrícolas do distrito de Beja, designadamente nos concelhos de Alvito, Beja, Ferreira do Alentejo e Vidigueira, e em Arronches (distrito de Portalegre), entre outros.

«A DRCAlen tem vindo a realizar diligências, na medida das suas possibilidades técnicas e das competências que lhe estão atribuídas, no sentido de prevenir ocorrências desta natureza, nomeadamente através de acções de sensibilização junto da GNR, mas também através da criação de mecanismos mais expeditos de comunicação, acordados com o Ministério Público da Comarca de Beja», lê-se no documento.

Na mesma nota, a DRCAlen sublinha que «importa ter presentes os elevados custos financeiros das operações preventivas e de salvaguarda» dos sítios arqueológicos, realizadas no âmbito do projecto do Regolfo do Alqueva e da rede primária de rega suportados pelo erário público, que se impõe que sejam «salvaguardados».

Com vista a prevenir novas destruições do património arqueológico nacional, a DRCAlen explica que estão a ser «desenvolvidos esforços» com o Ministério da Agricultura, no sentido de «identificar e estabelecer mecanismos de cooperação» entre serviços.

Através destes mecanismos de cooperação, estas duas entidades públicas esperam que seja possível a «troca de informação», visando assegurar um «maior controlo prévio de acções lesivas» para o património arqueológico e possibilitar a intervenção, «em tempo útil», por parte das entidades competentes.

«Realizar-se-ão, em breve, também em colaboração com a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo e com os municípios envolvidos, algumas acções, junto dos agricultores, destinadas à sensibilização para a temática da protecção do património arqueológico, em especial no Baixo Alentejo, em áreas onde se prevê uma maior expansão da agricultura intensiva», lê-se ainda no comunicado.


Com Agência Lusa

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