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Espectáculo homenageia escritor espanhol Miguel Hernández

O Teatro da Cerca de São Bernardo acolhe no próximo dia 14 de Dezembro o espectáculo-homenagem ao dramaturgo espanhol e «poeta de guerra» Miguel Hernández, trazido a Coimbra pelo Teatro Guirigai (Estremadura). 

CréditosTeatro Guirigai / A Escola da Noite

No ano em que se assinala o 75.º aniversário da sua morte, a figura e a obra do grande escritor espanhol Miguel Hernández são lembradas pelo espectáculo Un encuentro con Miguel Hernández, trazido pelo Teatro Guirigai, companhia sediada em Los Santos de Maimona (Badajoz).

A companhia, pela primeira vez em Coimbra, apresenta-se com um trabalho que «mostra o percurso de uma geração de jovens artistas numa época de ansiosas transformações». No espectáculo, com dramaturgia e encenação de Agustín Iglesias, «os intérpretes dançam, sonham, sofrem, riem, lutam, enamoram-se… criando com as suas vozes e o movimento uma coreografia de emoções em estreita relação com o espectador».

Poeta e dramaturgo, Miguel Hernández, de uma família humilde, cedo teve de abandonar a escola para começar a trabalhar, o que não o impediu desenvolver a sua capacidade para a poesia, sendo um grande leitor da poesia clássica espanhola.

A partir de 1930, as suas poesias começam a ser publicadas em revistas como El Pueblo de Orihuela ou El Día de Alicante. Na década de 1930 viaja para Madrid e colabora com diferentes publicações, estabelecendo relações com os poetas da época. Quando regressa a Orihuela, escreve Perito en Lunas, onde se reflecte a influência dos autores que lera na sua infância e dos que conhecera em Madrid.

Trabalhou como redactor no dicionário taurino de Cossío e em Misiones pedagógicas, de Alejandro Casona, e colaborou com importantes revistas de poesia espanholas. Escreve nestes anos os poemas «El silbo vulnerado», «Imagen de tu huella» e o mais conhecido «El Rayo que no cesa» (1936).

Participou activamente na Guerra Civil de Espanha, no fim da qual tenta fugir, mas é detido perto da fronteira com Portugal. Foi condenado à morte mas a pena acaba por ser comutada para 30 anos. O poeta não chega, no entanto, a cumpri-la. Miguel Hernández morre de tuberculose, a 28 de Março de 1942, na prisão de Alicante.

Durante a guerra compôs Viento del pueblo (1937) e El hombre acecha (1938) com um estilo que ficou conhecido como «poesia de guerra». Na prisão terminou Cancionero e romancero de ausencias (1938-1941). Na sua obra é possível encontrar influências de Garcilaso, Quevedo e San Juan de la Cruz.

A entrada para o espectáculo do dia 14 de Dezembro, pelas 21h30, tem o preço único de cinco euros.

Antecipando a apresentação de Un Encuentro con Miguel Hernández, A Escola da Noite publica ao longo da semana, no seu blogue e nas suas redes sociais, um poema de Miguel Hernández. Entretanto, convida todos os seus espectadores a fazerem o mesmo e assim juntarem-se à «homenagem ao grande escritor espanhol».

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