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«Livrinhos de Teatro» da Cotovia têm nova editora em 2021

A colecção «Livrinhos de Teatro», criada pela Cotovia em parceria com os Artistas Unidos, vai passar a ser editada por uma nova pequena editora a partir de Janeiro.

Créditos / Gerador

O sonho de publicar Brecht e Beckett completos ficou suspenso. Esta é uma das tristezas do encenador Jorge Silva Melo, que, com o anúncio do encerramento da editora Livros Cotovia no final deste mês, vê interrompido o projecto conjunto e independente dos «Livrinhos de Teatro», que tinham de terminar a publicação das obras completas de Bertold Brecht, na colecção de teatro de capa branca.

Pelo caminho ficam também o ensejo de publicar traduções de Molière, o sonho de publicar a obra completa de Samuel Beckett, e a tristeza de ver acabar a colecção branca, que, além de Brecht, tinha publicadas as peças de Henrik Ibsen e Carlo Goldoni.

Os «Livrinhos de Teatro», esses, foram salvos por uma outra «pequena editora», com quem a companhia de teatro Artistas Unidos – fundada em 1995 por Jorge Silva Melo – vai assinar contrato no início de Dezembro.

«Até Janeiro, continuamos a publicar com a Cotovia, a partir de Janeiro encontrámos um outro parceiro, com quem vamos arriscar agora a nossa vida», disse o encenador em entrevista à Lusa.


Mostrando-se cauteloso, não quis ainda revelar o nome da nova editora, porque ainda estão em fase de «namoro», mas a assinatura do contrato está para breve e a continuação da publicação da colecção «não vai ser afectada grandemente».

«O fim da Cotovia é tristíssimo. Era um parceiro de há 20 e tal anos. Trabalhei muito com o André Jorge, foi o fundador da Cotovia. Mesmo os livrinhos que não são nossos, como as edições do Ibsen ou do Goldoni ou do Brecht, trabalhei com eles, assim como outros livros que trabalhámos juntos, mas a Fernanda já não aguentava mais, era um trabalho excessivo, neste momento, com as grandes empresas dos livros e com o cerco que está a ser feito às pequenas editoras», desabafou.

A Livros Cotovia foi fundada em 1988, por André Fernandes Jorge. Com a sua morte, em 2016, a direcção editorial ficou entregue a Fernanda Mira Barros, que fazia parte da equipa há mais de 20 anos.

Em Agosto, a editora anunciou a intenção de fechar as portas no final do ano e já este mês tornou público que o encerramento definitivo do site e da loja aconteceriam no final de Novembro.

Com este fim anunciado e com um novo destino traçado para os «Livrinhos de Teatro», fica a «pena» de ver acabar «aquela colecção branca dos Brechts, Goldonis, Ibsens», que, ainda por cima, deixa a publicação da obra de Bertold Brecht incompleta.

Com agência Lusa

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