Nos últimos tempos muitas livrarias independentes têm encerrado, algumas delas históricas, como a Aillaud & Lellos, a Book House, a Bulhosa Livreiros ou a Pó dos Livros, todas em Lisboa, para além de outras como a Leitura, no Porto.
Os livreiros têm denunciado estes encerramentos e alertam para a situação de asfixia que vivem as livrarias independentes, apelando a medidas concretas que ajudem à sua sobrevivência.
Neste contexto, o Ministério da Cultura decidiu fazer um levantamento das livrarias portuguesas, e da sua localização, através de inquéritos directos, o último dos quais em finais de 2017, seguindo as orientações do Grupo de Trabalho sobre Livrarias, nomeado pela tutela.
Na base de dados de livrarias que a Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) possui constam 558 registos que englobam livrarias, papelarias, livrarias/papelarias, nas suas diferentes áreas de especialidade: alfarrabistas, infanto-juvenis, generalistas, banda-desenhada, municipais, técnicas/especializadas que abrangem o continente e as ilhas, disse à Lusa fonte daquele organismo.
Através dos inquéritos enviados às livrarias constantes da base de dados da DGLAB, verificou-se que 22% «vieram devolvidos», o que significa que as livrarias em causa já estavam encerradas ou os seus endereços desactualizados, acrescentou.
Acresce a isto que, das restantes 438 livrarias, só 189 – menos de metade – responderam ao inquérito e dessas «só 130 respeitam os requisitos básicos para uma livraria definidos pelo grupo de trabalho».
De acordo com um estudo desenvolvido pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), do Instituto Universitário de Lisboa, encomendado pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), sobre a evolução do sector livreiro, «Comércio livreiro em Portugal – Estado da arte na segunda década do século XXI» , entre 2004 e 2012 o número de empresas de retalho de livros como actividade principal passou de 694 para 562.
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