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Celebração e protesto no Dia Mundial do Teatro

Estreias, visitas guiadas a palcos e bastidores, homenagens, evocações de Abril e um protesto constam das actividades anunciadas para quarta-feira, Dia Mundial do Teatro, por companhias de Norte a Sul do país.

CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

Almeida Garrett, Bertolt Brecht, David Mamet, Edward Albee, Federico García Lorca, Pau Miró e Tankred Dorst são alguns dos dramaturgos em cena, enquanto actores como Rui Mendes e Ruy de Carvalho são homenageados, e as estreias se estendem de Vila Nova de Famalicão, a Cascais e Lisboa.

O Teatro Nacional de S. João, no Porto, abre portas ao ensaio de Fado Alexandrino, a partir de António Lobo Antunes, que há-de estrear cerca de uma semana depois, e o Nacional D. Maria celebra O teatro que Abril abriu, no Capitólio, em Lisboa.

Em Vila Real, Filandorra - Teatro do Nordeste, que festeja a «Semana do Teatro» com comunidades locais, assinala o Dia Mundial com o «acto perfomativo» O cutelo do Adão, actuação de protesto ao ainda ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

A performance acontece um dia antes do anúncio da composição do novo Governo, e tem por base a exclusão da companhia dos apoios da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), nos concursos para 2023-2026, apesar de elegível, à semelhança de outras estruturas.

Em Vila Nova de Famalicão, a companhia Momento - Artistas Independentes estreia Eu sou Lorca, a partir de Assim que passarem cinco anos, do poeta e dramaturgo andaluz, para pensar o que é ser artista durante um regime ditatorial e sobre a liberdade nas artes. A apresentação da peça é antecipada de um debate sobre «Liberdade e criação artística» e seguida de uma conversa com o público.

O Teatro Experimental de Cascais (TEC) estreia Últimos remorsos antes do esquecimento, de Jean-Luc Lagarce, com encenação de Elmano Sancho, no Teatro Municipal Mirita Casimiro. Esta é a segunda produção do TEC (que completa 60 anos em 2025), após a morte do seu fundador, Carlos Avilez, no ano passado.

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CENA-STE exige reforço dos apoios e um serviço nacional de cultura

O sindicato critica a «total desresponsabilização» do Estado e defende que só com um serviço público de cultura será possível que o apoio às artes deixe de parecer a «sopa dos pobres». 

CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

O Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) apelou hoje ao reforço de verbas dos concursos de apoio sustentado às artes, salientando que mais de um terço das estruturas elegíveis para apoio perdem-no por falta de recursos financeiros, na modalidade bienal. 

A estrutura sindical frisa num comunicado que, nos recentes concursos a apoio sustentado, o reajuste da dotação orçamental somente nos apoios quadrienais «frustrou inexoravelmente» as expectativas e os cálculos das estruturas que se apresentaram a concurso. «O número desproporcionado de candidaturas elegíveis sem acesso a financiamento na modalidade bienal – 33,7% das estruturas a receberem apoio – representa uma perda significativa de emprego numa área de enorme precariedade laboral e, consequentemente, acabará por depauperar o acesso das populações à fruição cultural», especifica.  

Os seis concursos do Programa de Apoio Sustentado 2023/2026 tinham alocado um montante global de 81,3 milhões de euros. Em Setembro, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou o aumento desse valor para 148 milhões de euros. O reforço, porém, abrangeu apenas a modalidade quadrienal, porque, segundo o governante, houve «um grande movimento de candidaturas de bienais para quadrienais».

O CENA-STE lembra que pediu uma dotação extraordinária de verbas no concurso para apoios bienais, numa proporção semelhante ao aumento que se verificou nos quadrienais, «de modo a repor o peso relativo de cada uma das modalidades de apoio», tendo reclamado ainda a «disponibilização imediata» de verbas que garantam que todas as estruturas consideradas elegíveis sejam apoiadas.

Considera, por outro lado, que é indispensável, «após a crise gerada por dois anos de pandemia», a manutenção de um apoio extraordinário ao sector da cultura, semelhante ao Garantir Cultura. Ao mesmo tempo, desafia o Governo a equacionar outra modalidade de apoio, não concursal, para as estruturas comprovadamente implantadas nas comunidades, incluindo o seu acompanhamento contínuo pelas entidades públicas.

Verbas «saberão sempre a pouco»

O CENA-STE regista que o Orçamento da Cultura ficou «aquém de todas as expectativas» e denuncia a prática de cativações, que só em 2022 representou a quantia de 140 milhões de euros. Com um investimento público abaixo do 1% reclamado pelo sindicato e pelos trabalhadores do sector, a estrutura salienta que, mesmo para as estruturas abrangidas por apoios, «o aumento do custo de vida e a inflação dos preços nos materiais de produção e o necessário reajuste salarial, decorrente da actualização do salário mínimo, consomem os apoios recebidos».

«Na verdade, quaisquer sejam as verbas atribuídas, saberão sempre a pouco, num quadro sistémico de demissão do poder político das suas obrigações de serviço público, sempre distante do horizonte, consagrado na Constituição, mas cada vez mais virtual, do Serviço Nacional de Cultura», lê-se na nota. Em causa está a necessidade, entre outras, de dotar o País de corpos artísticos estáveis e públicos, em sintonia com um ensino artístico, universal e de qualidade, ministrado nas escolas públicas, bem como «mais e melhor regulação e determinação de metas de fruição, prática e divulgação culturais».

Para o CENA-STE, só neste contexto o apoio às artes «deixará de parecer a "sopa dos pobres" do sector», que, acrescenta, «consubstancia, concurso a concurso, a total desresponsabilização do Estado frente às, cinicamente apregoadas, metas de fruição artística e estabilidade laboral do sector».

Neste sentido, reclama como prioritária a reforma do Estatuto dos profissionais da cultura, «garantindo estabilidade, protecção social e direitos laborais aos trabalhadores do sector cultural», bem como a formulação inicial da estrutura de acompanhamento do Estatuto, «com a presença directa do Ministério da Cultura e a interlocução privilegiada com o sindicato», a par da criação de plataformas e condições negociais para uma «verdadeira concertação social no sector». 

Várias estruturas artísticas e estruturas representativas dos trabalhadores da Cultura realizaram um «Protesto pelas Artes» em frente à Assembleia da República, esta manhã, período em que decorreu a audição do ministro Pedro Adão e Silva.

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Em Alverca, a Cegada estreia de A recusa de Bartleby, a partir de Herman Melville, no Teatro-Estúdio Ildefonso Valério, com adaptação de Ricardo Cabaça. A peça tem encenação de Rui Dionísio e interpretação de Ana Lúcia Magalhães, Joana Pialgata e Paulo Matos.

Em Lisboa, no Teatro Aberto, estreia-se Uma vida no teatro, de David Mamet, que é também a estreia de Cleia Almeida na encenação. As interpretações são de Alfredo Brito e Vítor Silva Costa.

Outra estreia na capital acontece no Teatro Armando Cortez, pela Companhia da Esquina que assinala 20 anos com a récita solidária de Terror e miséria no III Reich, de Bertolt Brecht, numa encenação de Jorge Gomes Ribeiro, com música de António Vitorino D'Almeida. A receita de bilheteira reverte para a Apoiarte – Casa do Artista.

O Teatro da Trindade abre as portas durante a tarde para revelar segredos do edifício com mais de 150 anos, com duas visitas pelos bastidores e pelo palco. À noite, na sala Carmen Dolores, será gratuita a entrada na récita de A senhora de Dubuque, de Edward Albee.

No Teatro da Politécnica, os Artistas Unidos também têm entrada livre para a representação de Girafas, de Pau Miró, com levantamento de até dois bilhetes por pessoa. A sala da Politécnica acolhe ainda a leitura de Uma Boca Cheia de Pássaros, de Caryl Churchill, pelo Teatro da Cidade.

O S. Luiz Teatro Municipal abre as portas da sala Luís Miguel Cintra para mais uma sessão gratuita: Fedra (não é de pedra), com texto e direcção de Martim Pedroso, e Rita Lello por protagonista.

Estreada na véspera, a peça parte da figura da mitologia grega, mulher de Teseu, desejada pelo enteado Hipólito. A produção resulta de um desafio lançado por Rita Lello a Martim Pedroso, indo ao encontro de um «desejo antigo» do actor e encenador «de pegar numa tragédia e fazer a encenação de um mito».

No Cinearte, A Barraca apresenta 1936 – O ano da morte de Ricardo Reis, numa sessão que não será gratuita, porque no último concurso de apoios bienais da DGArtes a companhia, como explica, «não foi contemplada», «apesar de elegível». A Barraca lamenta «não poder dispensar o apoio do público na compra de bilhetes», ao preço de dez euros, e lança um «Viva o teatro!» O espectáculo parte do romance de José Saramago, tem adaptação e encenação de Hélder Mateus da Costa e direcção de Maria do Céu Guerra.

Ainda em Lisboa, a Freguesia de Santo António, que abrange o Parque Mayer, inaugura a inscrição do nome de mais 33 personalidades do teatro, na calçada portuguesa da Praça da Alegria, que passa agora a contar com um total de 112. Entre os novos homenageados está o actor Rui Mendes, 87 anos, mais de 60 de carreira.

No Capitólio, em pleno Parque Mayer, o Teatro D. Maria II celebra O Teatro que Abril Abriu, evento de entrada livre, que marca o seu regresso a Lisboa, depois da Odisseia Nacional de 2023.

O ciclo «Abril Abriu» estender-se-á até Julho, com 18 espectáculos, por vários espaços da cidade, enquanto o edifício sede, no Rossio, está em obras.

Para o Dia Mundial do Teatro, o D. Maria reserva uma breve antecipação de Quis saber quem sou – Um concerto teatral, de Pedro Penim, que vai revisitar canções da Revolução a par de histórias das gerações que fizeram o 25 de Abril, com estreia marcada para dia 20, no São Luiz. Haverá ainda o debate «Teatro e a Revolução», um concerto de Bruno Pernadas e Margarida Campelo, e uma festa assegurada por Pedro Coquenão 'aka' Batida.

No Museu Nacional do Teatro e da Dança, também com entrada gratuita, a programação de visitas guiadas, performances e oficinas é «inspirada em Gil Vicente», com «os olhos postos na liberdade de Abril».

Em Almada, o Teatro Municipal Joaquim Benite apresenta a peça para a infância Verdi que te quero Verdi, de manhã e à tarde, e O futuro já era, à noite. A Companhia de Teatro de Almada (CTA) anunciará alguns dos espectáculos da 41.ª edição do Festival, a decorrer de 3 a 18 de Julho, e a exposição «A censura ao teatro», coproduzida pelo Arquivo Ephemera e a CTA, cumpre o último dia.

Monólogo de Uma Mulher Chamada Maria com a Sua Patroa é o nome do espetáculo de teatro que sobe ao palco do Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, pelas 21h30. Trazida pela mão de Sara Barros Leitão, a peça rouba o título a um texto das Novas Cartas Portuguesas, tendo sido concebida no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. 

No Porto, o Nacional S. João abre os bastidores ao público, convidando-o a visitar «os seus monumentos nacionais» –  o Mosteiro de S. Bento da Vitória e o edifício do teatro – e a assistir a leituras encenadas e a um ensaio de Fado Alexandrino, com encenação e dramaturgia do director artístico, Nuno Cardoso.

O final do dia, no Teatro Carlos Alberto, está reservado a Crepúsculo, conjunto de leituras encenadas, conduzidas por Nuno Cardoso, incluídas no projecto 'Theatre for Democracy», que congrega «inquietações de quatro jovens dramaturgos europeus de Itália, França/Irão, Bélgica e Espanha».

Também no Porto, a Seiva Trupe irá homenagear um dos seus fundadores, o actor António Reis, que morreu em 2022, e apresentar o novo site, «na expectativa do futuro».

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«Chegámos ao limite da sobrevivência!» Sector da Cultura manifesta-se a 9 de Novembro

Estruturas e movimentos representativos do sector da Cultura convocaram protesto para 9 de Novembro, em Lisboa, que pretendem alargar a outras cidades, «por outra política» e «por um serviço público de Cultura».

Estruturas ligadas às artes defendem mais financiamento para a cultura
Créditos / José Manuel Teixeira

A acção é convocada pelo Manifesto em Defesa da Cultura, juntamente com a Ação Cooperativista, o Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia (STARQ/CGTP-IN), a Apordoc – Associação pelo Documentário e o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN), todos subscritores de um texto sobre «o estado da Arte da Cultura em Portugal», intitulado «Chegámos ao limite!», partilhado nas redes sociais, na passada sexta-feira.

O protesto está marcado para as 18h, em frente à Assembleia da República, onde por essa hora o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, irá ser ouvido sobre a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024, mas a ideia dos organizadores é alargar a subscrição do documento a outras estruturas e levar o protesto até outras cidades. «Queremos falar dos impactos nas pessoas da sucessiva pobreza orçamental» do Ministério da Cultura, advertem. 

No texto, os subscritores alertam para «bola de neve» que se formou com o reforço de orçamento dos concursos de apoio sustentado de 2022 da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), que abrangeu apenas a modalidade quadrienal, fazendo com que centenas de candidatos aos apoios na modalidade bienal não fossem apoiados, apesar de serem considerados elegíveis, e que levou ao «total desvirtuamento da especificidade de cada linha de apoio, obrigando as pessoas a viver sempre numa lógica de sobrevivência pura». E sobreviver, aclaram, «quer dizer que continuamos a viver depois de qualquer coisa ter deixado de existir», salientando que, ano após ano, desaparece a possibilidade de projectar «o nosso presente e o nosso futuro». 

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Plataforma exige outra política para a Cultura

Uma política que «rompa com o alheamento do Estado» e «garanta o efectivo acesso à Cultura» em todo o território são algumas das reivindicações de um grupo de entidades em defesa da Cultura.

CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

Cucha Carvalheiro (actriz), Ana Biscaia (ilustradora), André Albuquerque (actor), Catarina Romano (realizadora de cinema de animação), Fernando Tavares Marques (director artístico do Intervalo Grupo de Teatro), José Moz Carrapa (músico), Susana Domingos Gaspar (bailarina e coreógrafa) e Manuel Freire (cantor) são alguns dos subscritores de um documento posto a circular, tendo em conta que «o estado a que a Cultura chegou não é mais suportável». 

A iniciativa partiu do Manifesto em Defesa da Cultura e congrega um conjunto de associações e outras entidades, como a Ação Cooperativista de apoio a profissionais do setor da Cultura e das Artes, as associações Casa B, Casa das Cenas, corpodehoje, O Lugar do Meio, Procur.arte e Mente de Cão, e o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN).

«A política cultural de apoios miseráveis, de mercantilização e de desresponsabilização do Estado tem apenas agravado as desigualdades das populações no acesso à criação e fruição culturais», lê-se na Carta de Princípios Orientadores para uma Nova Política de Cultura, a que o AbrilAbril teve acesso, e que brevemente será apresentada ao público, em data a anunciar. 

Este grupo de trabalho denuncia que as opções dos sucessivos governos «destroem a diversidade e a paisagem cultural» do País e promovem o abandono por parte de artistas e trabalhadores, tendo em conta o «agudizar da incerteza, da precariedade e da insegurança no trabalho». Problemas que, segundo o texto, o Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura agrava e legitima, «com a criação de novos encargos e barreiras para as estruturas culturais e para os trabalhadores e trabalhadoras da Cultura».

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Trabalhadores da Cultura reivindicam mais orçamento

O CENA-STE critica o facto de a proposta de Orçamento do Estado para 2022 estar longe do 1% reclamado, salientando que também os baixos salários e a precariedade ameaçam a fruição e criação cultural.  

CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

Ao mesmo tempo que constata o desfasamento relativamente ao objectivo, «que seria de facto transformador», de 1% do Orçamento do Estado (OE) para a Cultura, «sem subterfúgios nem cativações», o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) denuncia, através de comunicado, que dos cerca de 20 milhões de euros anunciados no OE do ano passado de apoio directo à produção cultural, apenas foram executados 12 milhões.

O sindicato admite que «não existe intenção séria por parte do Governo em apoiar de forma consistente a produção artística nacional» e frisa a necessidade de se implementarem as verbas anunciadas, de forma a tornar possível o combate aos vínculos precários e ilegais, o financiamento adequado das estruturas artísticas e a instituição da obrigatoriedade contratual em todos os projectos com subvenções públicas.

Na proposta do Governo para 2022, a Cultura mantém um peso residual no quadro das áreas governativas, não valendo mais do que 0,25% do Orçamento. A estrutura sindical admite, no entanto, que as consequências do OE para a Cultura «não vêm só» do financiamento do Ministério da Cultura.

«Medidas como o aumento do salário mínimo e o combate generalizado à precariedade têm como consequência maior capacidade de acesso à fruição e criação cultural», refere, salientando que, actualmente, os trabalhadores «estão distantes desses direitos, fruto das suas condições de vida e do empobrecimento».

Também a merecer crítica está o facto de as medidas e apoios de emergência do último ano e meio não terem chegado «à grande maioria» dos trabalhadores do sector e precisarem de uma avaliação urgente. «Há medidas que têm de ser mantidas ou retomadas, como é o caso das moratórias e dos apoios extraordinários aos trabalhadores independentes», alerta o CENA-STE.

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«Tais medidas avulsas e inconsequentes, a par de sucessivas campanhas de mistificação de uma crise generalizada e permanente, não são dignas da Democracia, não respondem às expectativas de gerações no limiar dos 50 anos do 25 de Abril e, sobretudo, não dão resposta ou garantem o direito, constitucionalmente consagrado, à Cultura para todos e todas», lê-se no documento. 

As estruturas criticam as «práticas de mercantilização da Cultura e de privatização do património e de todos os espaços da vida», realçando, no entanto, que a dinâmica proporcionada pela Revolução dos Cravos deixou nas sucessivas gerações «as marcas e as sementes de uma Outra Política para a Cultura».

Política que, a partir do texto constitucional, «impõe ao Estado o compromisso e a responsabilidade central de promotor e garante do acesso generalizado das populações à criação e fruição dos bens e actividades culturais, em todo o território nacional, através do investimento de, pelo menos, 1% do OE [Orçamento do Estado], com perspectiva da sua subida para 1% do PIB [Produto Interno Bruto], sendo este último o valor mínimo recomendado pela UNESCO». 

A plataforma reivindica uma política que assegure o investimento público necessário e o «dever estatal da criação e acompanhamento dos necessários equipamentos e estruturas físicas, humanas e legislativas», a partir do desenvolvimento de um Serviço Público de Cultura em todo o território nacional e que «deriva da própria Constituição». 

«O Serviço Público que queremos não significa a estatização da Cultura, antes a garantia, pelo Estado, do livre acesso de todos e todas ao trabalho artístico e cultural», frisam as organizações. Ao mesmo tempo, salientam, «Cultura é trabalho» e «não há uma verdadeira democratização da Cultura sem o trabalho com direitos». Como tal, e «ao contrário do que os sucessivos governos têm imposto, a pretexto de uma excepcionalidade de fachada», exigem o fim da desregulação, dos baixos salários, da precariedade e da insegurança, «no presente e no futuro».

Com vista a proporcionar «apoios justos, equitativos e adequados a toda a actividade artística de qualidade, em todo o território nacional», reclamam um serviço público que assuma o «apoio integral» às artes, bem como um sistema de financiamento dos programas plurianuais e pontuais de apoio, seja por via de concursos, contratos-programa ou de outras modalidades.

«Um sistema de apoio ampliado, com diversas modalidades de acesso ao financiamento, apoiado nos meios logísticos e técnicos atrás referidos e munido de um plano plurianual de financiamento», acrescentam. 


Notícia actualizada às 13h40 de 24 de Maio com a informação de que a apresentação da Carta de Princípios Orientadores para uma Nova Política de Cultura, inicialmente prevista para sábado, 27 de Maio, será realizada em data a anunciar.

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«Mesmo os projectos que receberam apoio, continuam até hoje (8 meses depois das candidaturas entregues), desenvolvendo processos de criação sem o apoio transferido para as associações, tendo alguns, inclusive, já estreado», alertam. «Até hoje, foi, provavelmente, o programa que mais tempo demorou para avaliar, publicar resultados, avaliar reclamações, verificar documentos e contratualizar, emparedando o pessoal técnico da DGArtes num volume de trabalho desumano e empurrando profissionais para calendarizar processos de criação e estreias, pressupondo, à partida, que o Estado não vai cumprir prazos e só vai disponibilizar os apoios, pelo menos, 5 meses depois do anunciado», denunciam.

Os subscritores salientam que «uma política cultural não se faz em modo de sobrevivência, com profissionais da área artística e cultural a viverem sem os mínimos direitos», criticando a «ausência de financiamento para a criação, equipas reduzidas à força e sem dinheiro para contratar, um muro intransponível na Rede de Teatros e Cineteatros que impossibilita a circulação de criações, fonte de financiamento nesta altura crucial, pessoas desempregadas sem direito a qualquer tipo de apoio social, pessoas abrangidas pelo Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura que, ao invés de ser célere, é demorado e burocrático». Mas condenando também a ausência de um serviço público de Cultura.

Os activistas criticam ainda os «feitos» enaltecidos pelo Ministério da Cultura, como o aumento da dotação para reabilitação do património cultural ou de 10% do Orçamento do Estado para a Cultura em 2024 (excluindo a RTP), apesar de não se saber que parte deste «parco orçamento» será executada, nem em que se traduzem as ditas «melhorias» anunciadas para o sector. Na realidade, denunciam, «as pessoas continuam sem vínculos profissionais, sem qualquer apoio social, num aumento de precariedade e instabilidade emocional e económica». 

Além disto, no texto recorda-se que os profissionais do sector da Cultura «também sofrem dos mesmos problemas que atingem o resto da população: falta de habitação a preços acessíveis nas grandes cidades, aumento do preço dos bens e serviços essenciais, etc., fazendo dezenas abandonarem a profissão ou viverem numa permanente angústia».

«Chegámos ao limite com a má gestão do financiamento para a cultura! Chegámos ao limite com as medidas e slogans que na prática não se concretizam! Chegámos ao limite com o silêncio do Ministério da Cultura! Chegámos ao limite da sobrevivência!», desabafam.


Com agência Lusa

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Em Braga, no Theatro Circo, a CTB – Companhia de Teatro de Braga irá debater «Para que serve o teatro?», e apresentar Anfiteatro, de Heinrich Von Kleist, com encenação e dramaturgia de Rui Madeira.

Na Maia, o Teatro Art'Imagem cumpre o sexto e último dia da Mostra de Teatro de Amadores.

Em Viseu, é inaugurada a exposição «Retratos contados de Ruy de Carvalho», na Casa da Ribeira, com a presença do homenageado.

Em Coimbra, O Teatrão, que iniciou este mês a celebração dos seus 30 anos e dos 50 de Abril, dá continuidade a um programa de visitas guiadas, numa cartografia de sítios de resistência à ditadura na cidade, «onde as flores da Revolução começaram a ser semeadas».

No Fundão, no Auditório da Moagem, a Este – Estação Teatral celebra o dia com 2+2=5, peça a partir do romance 1984 de George Orwell.

O Teatro das Beiras, da Covilhã, vai à Casa Municipal da Cultura de Seia com A grande imprecação diante das muralhas da cidade, do alemão Tankred Dorst, peça que assinala os 50 anos da Revolução e da actividade da companhia.

Em Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva, estará O regresso de Ricardo III no comboio das 9h24, de Gilles Dyrek, com encenação de Ricardo Neves-Neves, e Adriano Luz e Ana Nave, no elenco. Nas Caldas da Rainha, o Teatro da Rainha apresenta Às duas horas da manhã, de Falk Richter, com encenação de Fernando Mora Ramos.

O Centro Dramático de Évora (Cendrev) participa nas comemorações no Dia Mundial do Teatro, abrindo as portas do Teatro Garcia de Resende à cidade com dois eventos gratuitos, numa organização conjunta do Cendrev e da Cosmogama. A festa faz-se com o espectáculo Teatro às Três Pancadas, de António Torrado, com encenação de Jorge Baião, às 19h, e com o «Baile Literário», às 21h, sob a direcção de Fabrice Melquiot, da Cosmogama. 

Em Faro, no Teatro Lethes, haverá Viagem ao Centro da Terra, pela companhia Mákina de Cena, e, em Lagoa, a Bruxa Teatro apresenta Chovem amores na Rua do Matador.

Na rádio Antena 2, haverá Teatro Sem Fios, com Elegia Para Uma Senhora, de Arthur Miller.

O Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, que assina a tradução portuguesa da mensagem do Dia Mundial do Teatro, este ano escrita pelo Nobel da Literatura Jon Fosse, disponibiliza dez anos de criações e a leitura da mensagem, nas redes sociais.

O Dia Mundial do Teatro pode ainda ser tomado como início da contagem decrescente para próximas estreias: Na Medida do Impossível, de Tiago Rodrigues, a 17 de Abril, na Culturgest, em Lisboa; Ulisses: Uma odisseia europeia, projecto sobre a obra de James Joyce, que chegará ao Teatro São Luiz, pela mão de Marco Martins, em Junho, o mesmo mês em que o monólogo Homens Hediondos, de David Foster Wallace, será posto em cena por Nuno Cardoso e Patrícia Portela, no Teatro Carlos Alberto, no Porto.


Com agência Lusa

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